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11 de agosto de 2012

     Porto Alegre - Santander Cultural 

   

appel CARLOS JORGE APPEL                

Professor de Literatura e Crítico Literário, especialista em literatura latino-americana e sul-rio-grandense. Diretor da Editora Movimento(RS). Editor da obra de Cyro Martins.
Maria Helena Martins pergunta:
1. Cyro Martins sempre dizia dever ao editor Carlos Appel a redescoberta de sua literatura e o incentivo para continuar escrevendo ficção. O que principalmente o levou a dar esse impulso ao autor?

Na conturbada década de 1960 / 70, eu era professor de Literatura Brasileira na então Faculdade de Filosofia da UFRGS, como assistente do professor Guilhermino Cesar. Como ele havia terminado de publicar, pelo Globo, sua História da Literatura do Rio Grande do Sul, das origens ao Simbolismo, propus-lhe fazer um projeto que privilegiasse a presença dos escritores gaúchos em sala de aula na faculdade, visando à análise de suas obras. Isso porque as obras de Dyonélio Machado, Ivan Pedro de Martins, Mário Quintana, Pedro Wayne e Cyro Martins – entre tantos outros – haviam desaparecido das livrarias do RGS e do país por não terem sido mais reeditadas. O golpe político de 1964 praticamente impediu que o projeto continuasse. Dei um volta no assunto. Em 1968, em pleno AI 5, juntamente com Moacyr Scliar e Lígia Averbuck – na época minha aluna na UFRGS – levamos para Antonietta Barone, na Subsecretaria da Cultura, ligado à SEC/RS, o projeto Autores Gaúchos, vigente até hoje. Apesar dos contratempos, vingou e cresceu.
Coube-me, como contrapeso, mais tarde, assumir o compromisso de escrever o fascículo Nº 1 deste projeto. Meu escolhido foi Cyro Martins, cuja obra eu havia relido integralmente. Nessa época, como crítico literário do Correio do Povo, onde publicava artigos semanais, fiz uma análise de A entrevista (Sulina, 1968), em que Cyro Martins, após 34 anos do lançamento de Campo fora (Globo, 1934), voltava a escrever histórias curtas. Encontrei no livro – misto de histórias campesinas e urbanas – contos bem elaborados e consistentes. Mas, no final do artigo, chamava a atenção para o fato de Cyro Martins ter uma linguagem e uma propensão estrutural à narrativa longa, como era o caso de Porteira fechada (1944) e de Estrada nova (1954).
Alguns dias após a publicação deste artigo, recebi um telefonema de Cyro Martins. Nascia assim, deste modo simples e direto, uma longa e profícua amizade, que durou até a sua morte. Fizemos um acordo tácito: a Movimento publicaria todas as suas obras esgotadas e os novos livros a serem lançados. Cyro Martins se comprometia, em contrapartida, a rever e revisar conosco toda a sua obra. As nossas conversas semanais, que duraram mais de 30 anos, permitiram a edição revista de toda a sua obra. A vida lhe deu cancha para tanto, como costumava dizer.
Comprometia-se a participar, também, de encontros literários, mesas-redondas, feiras de livros. Em plenos 80 anos viajava, como dizia Léa Masina, com a força de um adolescente. Nunca se queixava de nada: a vida estava por ser feita, a cada instante. Sua alegria de viver era instigante. Foi um dos muitos legados do psiquiatra, do romancista e do amigo Cyro Martins.


2. Como surgiu para o crítico Carlos Appel, e se consagrou para o público, o epíteto "Trilogia do Gaúcho a Pé"?
Cyro Martins, seguidas vezes, mostrava sua preocupação com a ausência de sua obra literária nas livrarias de Porto Alegre e do Brasil. Havia investido, anos a fio, toda a sua força criadora na área da psicanálise, junto a seus pacientes, participando de simpósios, escrevendo artigos e livros nessa área.
Queixava-se, também, do abandono a que haviam ficado suas obras iniciais, como era o caso de Sem rumo. Das muitas conversas surgiu a ideia da trilogia do gaúcho a pé, pois havia uma sequência natural, pela temática comum, que perfilava três romances: Sem rumo, Porteira fechada e Estrada nova. A relutância de Cyro Martins, no início, em confirmar a trilogia, radicava na sua observação de sempre: ao escrever estes romances, ele nunca havia pensado no assunto. Mas, aos poucos, ele foi elaborando esta possibilidade. Eu insistia que deste modo ele poderia levar Sem rumo para um novo patamar. Deste modo, talvez alcançasse outro nível de referência junto aos críticos literários e aos seus futuros leitores. Ele reconhecia que a temática do gaúcho a pé já transparecia em vários momentos de suas primeiras histórias. A trilogia do gaúcho a pé, hoje, já faz parte da nossa cultura.
Carlos Jorge Appel -Porto Alegre, 06/07/2012


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donaldoDONALDO SCHÜLER  

Doutor em Letras e Livre-Docente pela UFRGS. Pós-doutorado na USP. Professor Emérito da UFRGS. Conferencista, ensaísta, ficcionista e poeta. Publica em periódicos brasileiros e estrangeiros. Atua como professor e palestrante no Brasil e outros países. Prêmio Jabuti.

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joanaJOANA    BOSAK  

Mestre em História e Doutora em Literatura Comparada. Atualmente faz seus estudos de pos-doutoramento Articulando História, Literatura e Moda no Rio da Prata do século XIX. Publicou, em 2010, sua tese de doutorado,De guaxos e de sombras, sobre a identidade do gaucho na literatura. É professora em cursos de pos-graduação na UNISINOS e na UBA - Argentina.

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jose botelhoJOSÉ FRANCISCO BOTELHO
Jornalista, bacharel em Comunicação Social pela PUCRS. Escreve para publicações de circulação nacional como Superinteressante, Aventuras na História e Bravo. Foi publicado na Itália pela revista Focus Storia.Colaborador da revista Aplauso na área de cultura. Mestre em Letras pela UFRGS. Autor do livro "A árvore que falava aramaico", publicado pela editora Zouk e premiado pela Fundação Biblioteca Nacional. 

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amanda dutraAMANDA DUTRA DE OLIVEIRA
Graduada em Letras pela UFRGS, professora na Escola Municipal de Ensino Fundamental José Carlos Ferreira no município de Guaíba - RS, onde leciona

Literatura para as turmas das séries finais. Colaboradora do CELPCYRO Cyro Martins desde 2008. Coordenadora da primeira realização do projeto Cyro Martins Vai às Escolas, em 2008 (cf. aqui.)

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lea masinaLÉA MASINA
Mestre em Literatura Brasileira, Doutora em Literatura Comparada. Crítica Literária, Estuda, de modo especial, a literatura sul-rio-grandense e os autores clássicos. Dedica-se à crítica literária no trabalho de acompanhamento a escritores e editores e na qualificação de textos literários. Possui diversos livros publicados, sendo o último o Guia de Leitura: 100 autores que você precisa ler. (2007, l&pm).Possui artigos críticos publicados em jornais do Brasil e do exterior.

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betinaBETINA MARIANTE CAROSO

Médica Psiquiatra com Especialização em Psicoterapia de Orientação Analítica (CELG-UFRGS); Mestre em Psiquiatria (UFRGS). Colaboradora do Setor de Humanismo Médico do CELPCYRO. Sócia-fundadora da Casa Editorial Luminara, focada em ensino, pesquisa, editoria e promoções culturais, realizando publicações, pesquisas e palestras em Humanidades Médicas. Membro do Setor de Literatura & Psiquiatria da Associação Psiquiátrica Mundial (WPA), desde 2009. 

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rafael jacobsenRAFAEL BÁN JACOBSEN
Escritor, músico, professor e físico da UFRGS. Autor dos livros “Tempos & Costumes” (Prêmio Açorianos de Destaque em Narrativa Longa) e dos romances “Solenar” (vencedor do Prêmio Açorianos) e “Uma Leve Simetria” (finalista do Prêmio Açorianos e do Prêmio Livro do Ano, da Associação Gaúcha de Escritores). Seu terceiro romance, “Imemorial das Pedras”, ainda inédito, foi contemplado com a Bolsa Funarte de Criação Literária. 

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Ricardo Barberena reduzidaRICADO ARAÚJO BARBERENA
Graduado em Letras pela UFRGS (2000), Doutor em Letras pela UFRGS (2005) e Pós-Doutorado (2009), intitulado Paisagens limiares na contemporaneidade brasileira: representações da identidade no Cinema e na Literatura, pela UFRGS. Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Letras (PUCRS). Atuação docente na área de Letras (Teoria Literária), com ênfase em Literatura Brasileira, atuando principalmente nos seguintes temas: identidade, diferença, literatura, nação, identidade, cinema, literatura e cultura. Coordenador do Acervo Cyro Martins (DELFOS - PUCRS).                                 

                                        

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Inês MaroccoINÊS ALCARAZ MAROCCO
Diretora de espetáculos e pedagoga. Bacharel em Direção Teatral (1974) e Licenciada em Arte Dramática (1976) - Depto de Arte Dramática, UFRGS. Formação complementada em Paris:graduação de DESU (1984), Mestrado de D.E.A (1985) e Doutorado em Esthétique Sciences et Technologies des Arts opção Etudes Théâtrales et Chorégraphiques, Universidade de Paris 8. Fez o Curso de Mime-Théâtre-Mouvement e o Curso do L.E.M (Laboratório do Estudo do Movimento), na Escola Internacional Jacques Lecoq em Paris.

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NatáliaNATÁLIA SOUZA
Cursou Universidade de Teatro- Instituto de Artes, UFRGS; atua na área das artes do movimento desde 2002. Recebeu prêmio de Melhor Corpo Coreográfico do Estado(Rio Pardo-RS). Em Porto Alegre desde 2008, fez cursos, oficinas e workshops com Walter Reyno-Uruguai, Cida Moreira-RJ, Ivo Bender-RS. Principais cursos: Mimo Corpóreo de Etienne Decroux (Leena Alaniz/2009); Mímica Corporal(Thomas Leabhart/2010). Participa do grupo de pesquisa As Técnicas Corporais do Gaúcho e sua Relação com a Performance do Ator/Dançarino, orientada por Inês Marocco. Principais espetáculos em que atuou: Faustina (2011), dirigido por Isandria Fermiano; Incidente em Antares (2012), dirigido por Inês Marocco.

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AnildoANILDO MICHELOTTO
Ator e bacharelando em Teatro pela UFRGS. Bolsista da pesquisa "As Técnicas Corporais do Gaúcho e sua Relação com a Performance do Ator/Dançarino", orientada por Inês Marocco. Desde 2006 participa de oficinas e cursos como "Curso de Mimo Corpóreo de Etienne Decroux" (Leena Alaniz); "Curso de Mímica Corporal" (Thomas Leabhart); "Curso de Máscara Neutra" (Inês Marocco). Integrante do Grupo Cerco, atuou em "O Sobrado", "Trago Sorte Mentira e Morte" e "Incidente em Antares". Faz parte do elenco dos curtas "Borro" (Marina Rosa) e "Caminho Que Volta" (Filipe Rossato). Participou das performances "Palavras", "Bestiário I Zoomórfico" e "Bestiário IV Zoomórfico" criadas por Elcio Rossini. 

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                                                                     FOTOS DO EVENTO 

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048  evento 1

 evento 2  evento 3

 evento 4  evento 5  evento 6

 evento 7  evento 8

 evento 9  evento 10

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 evento 13As 3 últimas fotos são da encenação de O Príncipe da Vila que, em breve, será apresentada em ppoint.

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Por motivos alheios a suas vontades, os professores Juremir Machado da Silva e Gisele Bandeira não compareceram ao evento, justificando suas ausências.

Juremir-Machado-da-Silva

JUREMIR MACHADO DA SILVA

Doutor em sociologia pela Sorbonne, coordenador do

Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUCRS, escritor, tradutor e jornalista, colunista diário do Correio do Povo e apresentador do programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba.


1. Segundo Augusto Meyer, Um menino vai para o Colégio (inserido originalmente no romance Campanha, não publicada) " é uma coisa que nasceu bem, aconteceu que nem parece escrita". Em que medida tal observação se prestaria para caracterizar essa autobiografia ficcionalizada?

 

Um Menino vai para o colégio é uma obra-prima. A observação de Augusto Meyer é precisa. Quando li, pela primeira vez, esse texto de Cyro Martins, eu ainda era guri em Palomas: fiquei pasmo. Aquilo que não me

parecia livro, não me parecia coisa escrita. Era simplesmente a vida que a gente vivia.


 

 2. O projeto CYRO MARTINS VAI ÀS ESCOLAS toma a leitura de _ Um menino vai para o Colégio_ como referencial para estabelecerem-se relações entre o contexto familiar, sócio-cultural e político do início do séc. XX, no RS, com o início deste século. Que validade teria essa proposta para estudantes de hoje?


 

 Um Menino vai para o colégio é uma obra-prima. A observação de Augusto Meyer é precisa. Quando li, pela primeira vez, esse texto de Cyro Martins, eu ainda era guri em Palomas: fiquei pasmo. Aquilo que não me parecia livro, não me parecia coisa escrita. Era simplesmente a vida que a gente vivia.

 Validade total.

O mundo muda, mas há coisas que se repetem, que são recorrentes. Crianças ainda deixam a campanha. Jovens saem das suas cidades para enfrentar a capital. O universo escolar ainda se apresenta como um momento de separação e descoberta. Tudo depende de lugar, contexto, situação econômica e familiar. Cyro traduziu uma época, fotografou um momento, captou uma forma que se universliza com variações e novos aspectos. Enfim, fez o trabalho do grande artista.

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giseleGISELE BANDEIRA

Mestre em Letras - ênfase em Teoria Literária - pela PUCRS, com a Dissertação EXÍLIO E MEMÓRIA NOS CONTOS DE CYRO MARTINS; graduada em Letras/Português pela UFRGS. Possui experiência em pesquisa literária historiográfica e sul-riograndense. Professora da rede municipal da cidade de Viamão/RS.

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