A literatura gauchesca brasileira: revisão crítica | | Imprimir | |
O regionalismo gaúcho foi considerado pela crítica modernista como um movimento essencialmente reacionário e passadista. A obra de autores, como Alcides Maya e, mais tarde, Barbosa Lessa e Darcy de Azambuja, receberam juízos críticos depreciativos, sendo o regionalismo visto até os anos 80 como "velha praga" ou "insidiosa presença". Os recentes estudos sobre globalização e cultura de massas tem possibilitado examinar a questão não mais sob uma visão crítica unívoca e maniqueista. O regionalismo passa, então, a ser visto como manifestação de resistência à massificação cultural e, ao mesmo tempo, como gerador do fenômeno de transculturação e de adaptação das culturas italiana e alemã à cultura local do sul do Brasil. Por outro lado, as obras regionalistas podem ser lidas, também, como produto de culturas fronteiriças, pela proximidade à gauchesca platina, eis que possuem como textos fundadores o "Martín Fierro", de Hernández, e o "Facundo", de Sarmiento. Léa Masina |