PROGRAMA PROJETO MERCOSUL - RÁDIO GUAÍBA - 16/12/2000
Transcrição de Entrevistas ao jornalista Cléber Moreira, sobre o 1º Encontro Fronteiras Culturais (Brasil - Uruguai - Argentina)
O programa de hoje será um pouco diferente das nossas edições anteriores. Tudo isso porque a nossa equipe acompanhou nesta semana um evento muito importante que aconteceu em Porto Alegre. Com maiores informações, Vladimir Oliveira:
O I Encontro Fronteiras Culturais (Brasil - Uruguai - Argentina), que ocorreu entre os dias 12 e 14 no Teatro Bruno Kiefer, na Casa de Cultura Mario Quintana, foi o grande destaque desta semana na capital gaúcha.
A coordenação do evento foi do Centro de Estudos de Literatura e Psicanálise CYRO MARTINS, contando com o apoio do Palco Habitasul. Entre os diversos objetivos do Encontro, podemos destacar a importância de divulgar a significação do Projeto Fronteiras Culturais entre as cidades fronteiriças, e despertar o interesse dos universitários e profissionais para a pesquisa de campo e desenvolvimento deste trabalho no âmbito do Mercosul.
Na abertura do programa, vamos ouvir a palavra do Governador do Estado, Olivio Dutra, que participou da Abertura do Encontro Fronteiras Culturais.
Governador Olívio Dutra
Cléber Moreira (CM): Governador, qual a importância deste evento? Governador (G): O I Encontro Fronteiras Culturais (Brasil - Uruguai- Argentina) se propõe a refletir sobre a realidade sócio-cultural dos nossos povos daqui desta parte importante do continente Latino-Americano, que é o Cone Sul e esta vizinhança aqui entre brasileiros e uruguaios e argentinos. Vão estar aqui reunidos especialistas, professores, produtores culturais, estudantes, pesquisadores, escritores, poetas, pensadores e serão apresentados trabalhos em diferentes áreas do conhecimento e das artes e da sua interfaces e intersecções aqui na região nossa, desta vizinhança comum entre os nossos povos: Brasil, Uruguai e Argentina.
CM: O Encontro fortalece a presença do Rio Grande do Sul no cenário do Mercosul? G: Sem dúvida alguma, e faz aquela integração que nós queremos e os nossos povos há tanto tempo sonham que não é apenas uma integração econômica. E a integração econômica é importante, estabelecer uma boa relação de troca, na indústria, no comércio, nos serviços. E que os países que se integram não se prejudiquem, mas se reforcem; isso precisa ser bem trabalhado. Mas aqui nós estamos também tratando de um intercâmbio fundamental de algo que não tem preço no mercado ou no balcão de negócios, que é a produção cultural, as sensibilidades de escritores, de poetas, de artistas, o folclore nosso, os nossos costumes, a nossa música, a nossa poesia, os nossos poetas, e esta é uma relação muito rica e portanto é uma construção de uma integração com conteúdo novo, humano, humanizador, que não exclui a integração econômica, mas que a enriquece, que aliás lhe dá o valor que não tem preço. Essa é a integração que visa valorizar o ser humano. O ser humano não é uma mercadoria, nem é uma peça descartável, ele é insubstituível pela capacidade enorme que tem de criação e de imaginação e nós queremos que a integração seja uma integração que qualifique a vida dos 200 milhões de seres humanos que constituem as populações dos países aqui abrangidos pela proposta do Mercosul.
CM: Governador, muito obrigado pela sua participação no Projeto Mercosul. G: Obrigado.
Secretário de Estado da Cultura, Luiz Pilla Vares
Cléber Moreira (CM): Qual é a sua análise sobre este Encontro e a importância do Rio Grande do Sul no cenário cultural? Secretário (S): Eu acho fundamental porque nós temos aqui uma cultura muito rica, uma cultura em todos os seus aspectos abrangente, crítica e capaz, inclusive, pela sua posição geográfica e suas tradições culturais, de efetivamente fazer esta ponte entre a cultura brasileira e a cultura uruguaia e a cultura argentina.
CM: O Mercosul deve se aprofundar mais nas questões culturais e não só nos assuntos econômicos? S: Qualquer desenvolvimento econômico é mutilado se ele não tiver o seu correspondente desenvolvimento cultural. Mesmo quando se fala em integração entre os povos a dimensão cultural é essencial, não existe uma integração efetiva se ela não está integrada culturalmente.
CM: Como o senhor analisa a presença do Rio Grande do Sul em termos globais no bloco econômico? S: Acho que o Rio Grande do Sul é uma parte essencial do bloco Mercosul, tanto no aspecto cultural como no aspecto econômico. Nós somos um dos estados mais ricos desta região da América e certamente nós temos muito a oferecer para a integração entre os três países.
Professor da Universidade de la República (Montevideo), Pablo Rocca
Cléber Moreira (CM): Professor, qual a importância do Mercosul em relação ao contexto cultural? Professor (P): Do ponto de vista cultural, do ponto de vista universitário, as relações sempre foram ótimas, mas acredito que nos últimos anos o esforço da integração acadêmica nas nossas universidades tem sido redobrado. Do ponto de vista cultural, no sentido geral, acredito que o esforço maior de integração parte do Brasil, mais propriamente do Rio Grande do Sul, nas relações com as suas fronteiras castelhanas, contra a Argentina e o Uruguai do que a Argentina ou o Uruguai fazem com o Brasil, fazem com o Rio Grande do Sul. Basicamente, de modo muito geral, essa seria a minha reflexão. Um congresso com as características do Fronteiras Culturais, como estamos fazendo agora com o patrocínio do Centro de Estudos de Literatura e Psicanálise CYRO MARTINS, é muito importante para fortalecer as nossas relações e para trabalhar sobre pontos em comum. Acabo de fazer uma apresentação sobre a literatura gauchesca, propriamente a poesia gauchesca, rioplatina, platina e riograndense.
CM: Estão sendo desenvolvidos trabalhos de integração nas universida-des uruguaias? P: Acredito que sim. Há um problema sério que atinge as nossas instituições que é um problema pressuposto. Se os nossos governos nos dessem mais dinheiro, seguramente o trabalho poderia ser melhor. Mas, no entanto, nós fazemos lá no Uruguai, periodicamente Congressos nas diversas áreas. Minha área é a literatura. Por exemplo, no ano passado fizemos, por essa época, um Congresso sobre a narrativa rural da região, no período de 1920 a 1950 e convidamos uma professora daqui da Universidade Federal, professora Léa Masina, que fez uma palestra sobre os escritores rio-grandenses. Estes intentos são buscas de integração, buscas de integração através da cultura.
Diretor Superintendente do Itaú Cultural, Ricardo Ribenboim
Diretor Superintendente (DS): O evento é extremamente importante e, para o Itaú Cultural, foi uma honra termos sido convidados pela Maria Helena Martins, responsável pelo Centro de Estudos de Literatura e Psicanálise CYRO MARTINS. Acho que o foco principal do que pretendemos colocar é a questão da diluição das fronteiras, embora o tema seja Fronteiras Culturais. Um dos aspectos que vejo como fundamental, além de se discutir essas questões econômicas e sociais é que há uma grande possibilidade de se ultrapassar, expandir e pensar fronteiras de uma outra forma, através das ações culturais.
Cléber Moreira (CM): Qual é a sua expectativa a partir deste evento sobre a evolução dos debates em torno da cultura em âmbito de Mercosul? DS: Na verdade, este Encontro integra uma série de outros encontros entre eles um que foi recentemente feito em São Paulo, de uma associação chamada Arte sem Fronteiras, que também trata da questão da diluição das fronteiras, da circulação da mercadoria, da definição e legalização de circulação provisória, da obra de arte e da questão dos direitos autorais, enfim. Este Encontro se soma a uma série de outros e com isso endossa mais uma vez a necessidade de se tratar desta questão de integração de todos os países interligados ao Mercosul.
Professor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (Paris), Jacques Leenhard
Professor Leenhardt (P): Acho que pela primeira vez temos a oportunidade de conversar com colegas de vários países e que têm uma realidade cultural, o mundo do Prata, que reúne Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul, com uma forte história de conflitos mas também uma história cultural que unifica as várias populações da região, construindo a história do gaúcho, no sentido de uma figura dessa paisagem. E acho muito interessante ver isso, sendo francês, não sendo dessa região. Me parece um sintoma interessante que pela primeira vez as fronteiras oficiais entre estados estão ultrapassadas e através deste trabalho que estamos realizando sobre a cultura dos três países. Acho que também é um sintoma desta época da mundialização, em que a gente redescobre o que unifica a gente - apesar da existência das fronteiras políticas, das fronteiras dos estados - num conjunto cultural.
Cléber Moreira (CM): Como o senhor interpreta a atual integração entre o Mercosul e a União Européia? P: A questão do Mercosul é uma questão econômica, é a questão da mundialização e dos intercâmbios entre potências econômicas. A nossa perspectiva aqui é um pouco diferente, já que é uma perspectiva cultural. Sei que tem conversas entre o Mercosul e a União Européia acho muito importante porque cria também a possibilidade de um equilíbrio entre as potências universais como os Estados Unidos, a Europa, e a América Latina. É importante sempre ter um terceiro, não ser ligados a um Estado, a um grupo de Estados só, senão ter a possibilidade de ter um jogo entre várias potências. Acho que é importante para o Mercosul primeiro, porque é uma possibilidade para os países integrando o Mercosul de se fortalecerem juntos uns aos outros e também criar laços ao nível também econômico e político para desenvolver as condições novas da mundialização, porque a mundialização é um processo muito marcado pelos mercados financeiros e precisa realmente uma nova definição a partir dos povos, a partir dos cidadãos e nós temos na Europa esta vontade de ultrapassar a situação muito abstrata dos mercados financeiros, para resgatar algo da história, da identidade dos povos nossos, mas também dos povos da América, do Cone Sul, da América Latina.
Antropólogo e Professor Argentino, atualmente na UFFRJ, Gustavo Sorá
Cléber Moreira (CM): Como está o intercâmbio cultural entre a Argentina e os outros países da América Latina? Antropólogo (A): Não sei dizer se está bem ou se está mal. Acho que sempre é pouco. A Argentina tem se monstrado como um pólo de irradiação importante para a cultura Latino-Americana e hispano-americana e historicamente se comportou como uma praça de grande difusão da cultura brasileira para o mundo hispano-americano, principalmente para a literatura que é o trabalho que eu vim apresentar aqui, onde se demonstra que a Argentina é o país que mais tem publicado traduções de autores brasileiros, no século XX. Com o caso da música, há uma receptividade fantástica dos mais diversos músicos do Brasil, são amplamente divulgados e escutados na Argentina. Mas logicamente acho que sempre é pouco pela maneira como nossos países muitas vezes olham muito mais para além-mar e para o norte do que entre nós mesmos.
CM: Em relação ao mercado editorial da Argentina e principalmente dos países do Mercosul faça para os ouvintes da Rádio Guaíba uma reflexão sobre esse assunto. A: Os nossos mercados são mercados extremamente ricos, principalmente o brasileiro e o argentino que têm uma história muito profunda, uma riqueza, uma diversidade de agentes editores dos mais diversos gêneros, mas são histórias muito pouco pesquisadas. A gente conhece muitos poucos trabalhos que refletem sobre o significado da edição de nossos países e, evidentemente, aí tem a questão da inserção de cada um desses mercados nacionais no que seria o mercado internacional do livro, que faz com que exista as vezes interesses muito mais voltados para a Europa, Espanha, Frankfurt, Paris, Londres, Nova York, faz com que a gente saia muito mais para os outros países do que para fazer trocas nos mercados territoriais para que circulem os livros de um país no outro, inclusive havendo terríveis políticas alfandegárias e econômicas para que isso seja uma realidade, que o livro seja uma plataforma de articulação de nossas culturas.
CM: Muito obrigado pela sua participação na Rádio Guaíba. A: Obrigados a vocês.
Professora do Instituto de Estudos Latino-americanos da Universidade de Berlim, Ligia Chiappini
Professora (P): Além da pesquisa, tenho dado cursos sobre essas coisas, conversado com muitos colegas e estudiosos das coisas gaúchas. Somos estudiosos de João Simões Lopes Neto, o escritor pelotense e universal. Mais recentemente tenho trabalhado com a gauchesca platina, Estanislau Delcampo, José Hernandez, com o célebre poema Martin Fierro , que ouvi recitar, quando eu era criança, na casa de meu pai, que sabia de cor o poema. Agora, já na pré-velhice eu me debrucei sobre esse poema e sobre a recepção dele no Brasil, e constatei que, por exemplo, os gaúchos de Santana do Livramento consideram que Martin Fierro é brasileiro. Parece muito interessante.
Cléber Moreira (CM): Qual a importância desse evento no que diz respeito ao Mercosul? P: Parece que está se desenvolvendo no mundo todo uma certeza cada vez maior de que a integração dos povos, a integração das culturas e a democratização mais radical não se faz apenas pela globalização da economia, mas se faz pelas trocas culturais que permitem o conhecimento mútuos entre os povos, entre as etnias, entre os homens e as mulheres, etc, as minorias, as maiorias, por este mundo afora, dentro do próprio Brasil e dentro da própria América Latina. Espera-se que esse conhecimento mútuo leve a um respeito mútuo maior e à construção de um mundo melhor.
CM: Muito obrigado pela sua participação na Rádio Guaíba. P: Obrigada a vocês.
Professor de Português e Espanhol na Universidade Norte-americana Dartmouth College, Rodolfo Franconi
Professor (P): Os Estados Unidos conhecem muito pouco do Brasil. Pouquíssimo. Então, na verdade, quem trabalha com cultura brasileira é um embaixador do Brasil. Você não só ensina Língua, mas você tem que ensinar cultura do Brasil e a gente tem que se lembrar que os alunos que se interessam por Brasil são alunos que primeiramente estão interessados na América Latina, e no espanhol, nos países hispano-americanos. O Brasil vem, assim, em segundo lugar. Há alguns alunos que se interessam pelo Brasil desde o início, mas eles são casos raríssimos e circunstanciais.
Cléber Moreira (CM): Como os americanos vêem essa integração entre os povos? P: Os americanos são muito americanos. Os americanos só vêem integração entre eles e vêem os problemas que existem entre eles. Acredito que o discurso americano é uma coisa e a realidade americana é outra bem diferente.
CM: Faça para nós um pequeno relato sobre o evento que aconteceu nesses dias. · P: O evento é fantástico. Eu vim aqui porque quando soube do que iria acontecer eu vim especialmente para assistir ao evento porque tem tudo a ver com o projeto que estou desenvolvendo que se chama "Brasil e América Espanhola, um olhar oblíquo". E nesse evento, tantas coisas se disseram, tantas coisas aconteceram que estou voltando absolutamente enriquecido daqui. Para mim é um grande privilégio estar aqui.
Diretora do Palco Habitasul, Andrea Druck
Diretora (D): A importância do Palco Habitasul na realização desse evento, acho que seria o contrário - a importância da realização desse evento e coube a nós a possibilidade e a responsabilidade de poder apoiar um evento com tamanha importância. Acho que a discussão mote o tema deste encontro é absolutamente relevante as fronteiras que existem e inexistem no mundo de hoje, algumas fronteiras são superadas e outras se criam porque essas fronteiras são superadas ou simplesmente derrubadas por um processo de globalização e a gente não poderia estar fora de uma discussão como essa e não poderemos de forma nenhuma deixar de apoiar uma iniciativa como essa da Maria Helena Martins, e de todos os intelectuais reunidos entre eles, Flávio Aguiar, que sei que ajudaram na formatação deste processo enfim, a resposta é óbvia. A gente não teria como não participar de um programa de tamanha relevância, ou seja, que coloca o Rio Grande do Sul, a nossa região, a região onde a gente produz fundamentalmente, o Grupo Habitasul produz, está no cerne desta questão, o Mercosul está um pouco no cerne desta questão e nós gaúchos temos muito latente muito vivo em nós, em nossa personalidade, em nosso cotidiano, nossa cultura, em nosso processo intelectual, essa questão de fronteiras e não fronteiras, seja em relação a Brasil, seja em relação ao restante dos países à nossa volta.
Cléber Moreira (CM): Andrea, muito obrigado pela sua participação na Rádio Guaíba e no Programa Projeto Mercosul.
(D): Muito obrigada, Cléber
Coordenadora do 1o Encontro Fronteiras Culturais, Maria Helena Martins
CléberMoreira (CM): Qual sua avaliação do evento? Coordenadora (C): As palavras do Senhor Governador, Olívio Dutra, expressam muito da importância desse evento e do que realmente aconteceu durante esses três dias. Ele deixa claro que é fundamental para o Brasil, o Uruguai e a Argentina - e nesta circunstância exatamente das fronteiras do Rio Grande do Sul com cidades uruguaias e argentinas - valorizar as suas características culturais. Há similitudes, especificidades, enfim, acima de tudo há peculiares. Peculiaridades de caráter cultural, que vão desde a linguagem, os costumes, ao compartilhar de situações políticas e econômicas. Tudo faz com que valorizemos a situação que, na verdade, muitas vezes é esquecida mesmo por aqueles que estão envolvidos com a questão do Mercosul e se voltam apenas para problemas de caráter econômico, de caráter eminentemente comercial. Não raro isso se torna um empecilho, por falta de conhecimento das questões culturais. Acho decisivo o fato desses investigadores todos estarem presentes, vindos de várias partes do país, do Uruguai, da Argentina, da França, dos Estados Unidos - isso indica a importância desse evento, para que se discutam todos os temas e, principalmente, para que daí se desenvolva um trabalho com continuidade para cada vez mais podermos conhecer essas características tão peculiares e com isso podermos dar a colaboração da cultura, dos investigadores, para desenvolver de forma mais ampla o conhecimento dessa região e, por aí, talvez, ajudar o seu enriquecimento. Não apenas no sentido econômico mas para, através da valorização das suas características, podermos mostrar a riqueza dessa região, que às vezes seus próprios habitantes ignoram.
Por isso, a importância de questões que levantei como básicas para serem desenvolvidas no projeto Fronteiras Culturais, em 2001: a Pesquisa de Campo e das Oficinas de Criação e Leitura, nas cidades da fronteira como Quaraí e Artigas, Livramento e Rivera, Uruguaiana e Paso de los Libres. Nós, os pesquisadores, chegaremos nessas localidades com um olhar forasteiro, ou seja, nós vamos com a nossa perspectiva de mundo a um local em que o nosso olhar necessariamente será diferenciado do olhar sobre o contexto que têm os habitantes da região. Porém o fato de sermos forasteiros, creio eu, pode favorecer - pelo contraste - a que própria população desses lugares comece a ver de uma forma diferenciada o seu cotidiano, as suas dificuldades, as suas validades que muitas vezes para eles são despercebidas. Este projeto que nós pretendemos desenvolver visa muito trabalhar com a própria auto-estima que de certa forma está depreciada nessas cidades, porque são cidades que foram com o tempo sendo marginalizadas politicamente, economicamente e culturalmente.
Se nós tivermos com a investigação e as Oficinas possibilidade de auxiliar os habitantes dessas cidades a desenvolverem um processo de auto-estima, é bem possível que essas cidades também comecem a se desenvolver mais, em todos os aspectos das suas vidas. Finalmente, a gente precisa deixar muito claro que o evento amadureceu a certeza de que, para o Mercosul se efetivar como mercado comum, precisa antes haver o reconhecimento de sua realidade cultural, e esse reconhecimento felizmente para nós começa a acontecer com os nossos maiores apoiadores, que são o sistema FIERGS, através do SESI do Rio Grande do Sul, o Grupo Habitasul, o Governo do Estado, através da SEDAC e do IEL, a FAPERGS e a UFRGS, os nossos grandes incentivadores para continuarmos nosso trabalho. Muito obrigada.
Cléber Moreira(CM) : Encerrando o programa de hoje, gostaríamos de novamente agradecer ao Centro de Estudos de Literatura e Psicanálise CYRO MARTINS e ao Palco Habitasul pela oportunidade de acompanharmos o Primeiro Encontro Fronteiras Culturais.
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