CONE SUL: FLUXOS, REPRESENTAÇÕES E PERCEPÇÕES* | Imprimir |

Ligia Chiappini e Maria Helena Martins - Organizadoras


Gente que vai, gente que vem, gente que se encontra e se desencontra, faz comércio, namora, casa, descasa, passa, repassa fronteiras, nos fluxos de um cotidiano em que se criam também zonas fronteiriças de pertencimentos supra ou para ou extra nacionais. Fluxos de gente e de mercadorias, mas também de livros, discos, filmes, peças, notícias, idéias, línguas, símbolos e modos de interpretá-los. Fluxos legais e ilegais, pacíficos e conflituosos, verdadeiros ou fictícios. Disso tudo fala este livro, originado do encontro de dois projetos de pesquisa: “Fronteiras Culturas (Brasil – Uruguai- Argentina)”, do CELP Cyro Martins, e “Fronteiras Culturais e Cultura Fronteiriça na Comarca Pampeana: obras exemplares”, do Instituto de Estudos Latino-Americano da Universidade Livre de Berlim e FFLCH da USP. Esses projetos já originaram várias publicações, sendo este o terceiro livro.

Na Primeira Parte, depois de um estudo abrangente e panorâmico sobre alguns dos principais ícones da literatura gauchesca luso e hispanoamericana, aparecem estudos monográficos sobre algumas obras exemplares da comarca pampeana. Investigam-se aí semelhanças e diferenças, cruzamentos, apropriações e traduções de obras literárias que vão de autores menos conhecidos ou quase desconhecidos fora do Rio Grande do Sul -como é o caso de Barbosa Lessa-, ao internacional Jorge Luis Borges, passando por um sarmentiano da colônia gaúcha alemã -Viana Moog-,  concretizando-se na narrativa oral e esfumando-se no gesto teatral.

Na Segunda Parte, diversifica-se tanto o território a investigar, estendendo-se o interesse para o Cone Sul, quanto os pontos de vista e os objetos simbólicos ou não. Isso se explica porque, provindos da área de Literatura, os projetos acima mencionados, desde o início tinham uma dimensão política e social mais ampla. Essa amplitude se manifesta principalmente nas relações que estabelecem com o que poderíamos chamar de Mercosul Cultural e, com ele, os intentos mais gerais de integração sul-americana, abrangendo países do Cone Sul. O trabalho iniciado com a literatura se manteve sempre aberto ao diálogo com pesquisadores de outras áreas da cultura – teatro,cinema, música, artes plásticas -, e das ciências humanas, história, antropologia, geografia, política, sociologia e ciências das comunicações. 

* Vários Autores
São Paulo, HUCITEC / FFLCH-USP / CELPCYRO / LAI-FU, 2006


Links Relacionados:
Leia resenhas
de Flávio Aguiar e de Albert Von Brunn