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< Sumário - Volume 2 - Segundo Semestre - 2011


Encontros e Desencontros da/na

América Latina no Século XX


Organização Ligia Chiappini

 

 

 

Três Ícones Americanos? Iracema, Malinche e Pocahontas

 


Gundo Rial y Costas[1]

 

 

Introdução: O que é americano?

 

Niterói, Agosto 2010, algo de sol na nona edição da conferência do JALLA sobre literatura e culturas da América Latina. Resolvi começar minha palestra com uma dúvida para descobrir algo sobre as imaginações dos ícones americanos em primeira mão. Então perguntei aos presentes, um grupo de pesquisadores sobre a América Latina, vindos do Brasil, Peru e Colômbia, quantos deles conheciam a Iracema, a Malinche e a Pocahontas. Vou citar três respostas que me deixaram pensar. A primeira foi articulada por uma professora brasileira: “Nós conhecemos a Iracema, ela é daqui.” A segunda veio de um literato peruano que perguntou com grande interesse: “Quem é Iracema?” O último comentário foi, entre sorrisos, de outra professora brasileira que disse: “Eu conheci a Pocahontas no cinema, pela Disney.” Além disso, só a Pocahontas era conhecida de quase todo o grupo. A Pocahontas, que mesmo no país de procedência, os Estados Unidos, teve um papel secundário no imaginário nacional por vários séculos, roubou a cena das eminentes figuras da América Luso-Hispânica?

A última pergunta deve permanecer como gancho retórico que vou retomando aos poucos. Gostaria de começar com os comentários à minha pergunta, porque eles deram alguns novos impulsos para repensar minhas idéias sobre possíveis ícones americanos. O primeiro comentário da professora brasileira faz perguntar pelo lugar da “América” e quase exige um esclarecimento sobre o pronome possessivo de “nós.” Remete aos estabelecidos debates sobre a “Nossa América” que, aliás, vou escrever à maneira de Martí. Quer dizer, evoca os encontros e desencontros na América, as pontes de amor (Chiappini/Martins: 2006), pontes de amizade (Grimson: 2000) e as pontes perdidas de tantos autores e diretores não ouvidos na língua do outro.

Esse último ponto faz também uma belo ponte com o comentário do literato peruano e seu interesse na Iracema. Imediatamente leva a aprofundar e questionar: quem faz parte da América, onde ela fica, quem fica dentro, quem fica fora? Quero citar as bonitas palavras do mestre uruguaio Enrique Rodo (1945), que disse que não é importante a geografia dos mapas, mas do espírito. Mas então realmente há lugar para o elemento luso nessa geografia do espírito?  Parece que nos escritos de Zea, Rodó e até de Bolívar, ao Brasil não foi dado muito espaço na polarização entre a América Anglo-saxônica e a Iberoamérica (Zea 1954, 1982). Muitas vezes o Brasil literalmente desapareceu entre essas duas posições. Certamente existem exceções, mas são de menor número. Parece que a geografia do espírito mudou ao se mudarem de lugar os literatos. Olhando a produção artística respectiva, chama a atenção que, sobretudo quando os autores viajaram, eles começaram a enxergar à distância que o Brasil merece uma parte dentro do “Nuestra” de “América.”[2] Também se precisa levar em conta os vetores e as trajetórias que passam pelas pontes de amor e de amizade: como reparou Antonio Candido em 2000, parece que o brasileiro vai com mais freqüência ao campo da cultura dos vizinhos hispanoparlantes. Isso também repercute em respectivas traduções e cursos de universidade.

Chegamos ao terceiro comentário, que remete ao local da cultura. A professora brasileira que disse, entres risadas, que conheceu a Iracema no cinema com a Disney nos faz pensar. E eu acho que também nos faz questionar. O que acontece, se pararmos para pensar que num lugar predestinado para o debate sobre a cultura na América Latina, numa conferência acadêmica sobre o subcontinente, com um grupo de pessoas que falam espanhol ou português como língua mãe ou pai, é uma figura da cultura de massa dos EUA que rouba a cena das duas mulheres brasileiras e mexicanas? Entramos na época da globalização, quer dizer com uma nova intensidade dos processos de comunicação, acompanhados por um fluxo de imagens que muitas vezes não deixam mais saber se a informação foi ficcional ou documentária (Appadurai: 2008 [1996]). Não pretendo julgar e dizer que é bom ou ruim. Só queria constatar que existe um novo fluxo de informações hoje em dia que também participa na construção dos imaginários. Categorias como o local e o nacional são muitas vezes negociadas através de uma circulação regional ou até global. Desse jeito, a interessante figura do namorado da Pocahontas, o inglês John Smith,  vira um flat character (Forster: 1927), através da personagem plana no filme da Disney: um diplomata de cabelo de surfista da Califórnia, sem defeito nenhum, para não correr o risco de criar algum problema na recepção global (Theweleit: 1999).

O que quer dizer isso?  Quer dizer, e repito, que existe um novo fluxo de circulação que vai além da cidade letrada. Mas também quer dizer que muitas vezes se perdem informações, roteiros são vendidos e se perdem as pegadas locais. Em Miami, rodam-se telenovelas onde os atores têm que falar sem sotaque regional de espanhol (Rincón: 2005) e muito, realmente muito, se perde nas traduções ou nas omissões. Ao mesmo tempo há que lembrar que as práticas de recepção, de apropriação de elementos de cultura vão além das teorias estabelecidas do imperialismo cultural (Ritzer: 1998), que previram uma dominação absoluta dos produtos culturais industrializados de Hollywood. Sem embargo, fora da agency das pessoas para sonharem nos seus próprios mundos imaginados (Appadurai 2008 [1996]: (33) e fora do presente exemplo da Pocahontas, existem também mais exemplos que mostram fluxos que vão na contramão dessa americanização. Há os filmes de Bollywood e, regionalmente, há novas tendências, ainda não muito bem conhecidas, como o fenômeno dos filmes de Nollywood, produções de baixo custo da Nigéria com um número maior do que a mesma Hollywood (Therborn: 2011).

E também existem as telenovelas, as hispano-americanas (Stavans: 2010)  e as brasileiras (Vasallo de Lopes: 2004). Algumas circulam bastante. Sobretudo nas Américas, mas também em outras regiões do mundo. Na América Latina elas têm tanta popularidade que pode-se propor o termo de uma (Latino) Americanização através das telenovelas. Aí chegamos ao ponto que pode unir os três comentários dos três pesquisadores sobre a América Latina: será que existe uma ponte de amor e de amizade que  vai do Paraná até o Rio Grande e chega até os Estados Unidos, ao passar pelo México? E será que é uma protagonista que passa por essa ponte, uma mulher brasileira que quase vira “o outro lado”  da Malinche, a Virgem de Guadalupe, e também Pocahontas? E que vem numa narrativa que é assistida e compartilhada por milhões de pessoas?

Nesse momento cheguei na minha proposta para esse artigo: apresentar as três mulheres, figuras históricas ou literárias, e daí supor como num produto da mídia do presente, na telenovela América, pode se constatar uma possível condensação das três. Vou já advertir os “perigos” do melodrama que são uma certa tendência de hipérbole, polarizações extremas (Xavier: 2003, Brooks: 1976), mas também oferecendo um certo potencial para se identificar. Será?

Vamos começar.

 

Iracema, Malinche e Pocahontas

 

Em primeiro lugar, há que se constatar que aqui se refere o ícone no sentido da semiótica do Peirce, mas com o valor de que seja algo que é compartilhado por uma grande parte de uma comunidade cultural. Quer dizer que faz parte do imaginário social (Taylor: 2004). Além disso, preciso mencionar que, com referência ao debate de América, os discursos de inclusão e exclusão –como foi mostrado com as idéias da Nuestra América--, e a circulação num meio massivo, unem-se pela informação pictográfica. Não se pode esquecer que a América foi desde a sua invenção (O’ Gorman: 1958) representada como alegoria do continente, como mulher quase nua com atributos que a vincularam à natureza (Del Priore: 1997). O último se vê claramente na gravura muito citada de van der Straet (Rabasa: 1993), onde Vespucci ajuda ao Novo Mundo personificado, a América, a sair da rede. Esse nascimento foi continuado em muitas referências de livros emblemáticos e pinturas, que muitas vezes representaram o “outro americano” como hipérboles ou modelado pelos próprios medos e paranóias, com freqüência vindos da idade média (Mason: 1990).

 

Mas então já foi estabelecido que o continente supostamente “descoberto” parecia com um corpo de mulher, como alegoria personificada. Essa informação parece importante, porque no período da independência, os diferentes estados nações da América Latina começaram a construir ícones próprios, americanos. Como escreveu Doris Sommer em 1990, foi uma íntima vinculação entre descrever os estados nações e histórias de amor. Ambos supostamente eram baseados em fundamentos estáveis. Eu acho que poderia se destacar que foi em fundamentos com monumentos. Um monumento exemplar foi a criação da Iracema, uma aventura de reciclagem de mitos indígenas, informações históricas e espírito romântico.

Como já comentou Silviano Santiago, em 1965, o nome é uma invenção do autor que colocou as palavras de “Ira” e “Cema” juntos, assim juntando “lábios” e “mel.” De tal modo nasceu a virgem dos lábios de mel, uma guerreira que tem um filho, Moacyr, com o português Martim. Ela é personagem do romance de nome homólogo do Alencar, visto como um dos “romances fundacionais” (Sommer: 1990) do Brasil. Eu acho que se precisa lembrar que o anagrama com “América” foi somente descoberto em 1931 (Peixoto: 1940), e desse jeito começaram possíveis interpretações sobre uma prematura visão americana do Brasil. O que fica claro é que permanece como monumento até hoje em  dia, continuado através de monumentos reais e onomásticos, ou seja, através da continuação do nome por muitas brasileiras (Schwamborn: 1998).

A Malinche é um caso mais delicado. Em comparação com a Iracema, ela foi uma pessoa real, tradutora e mulher do Cortés, com quem teve vários filhos. O nome dela foi corrigido e mudado de Malintzin a Malinche e depois, até na versão espanhola de Dona Marina (Glantz: 1994). Por muitos séculos ela foi vista como traidora à pátria. Ainda hoje em dia repercute na expressão “malinchista”, que se usa para se referir a mulheres mexicanas que estabelecem relações amorosas com estrangeiros ou que migram (Belausteguigoitia: 2004). Parece que pelo ensaio canônico “Laberinto de la Soledad”, do prêmio Nobel Octavio Paz (1998 [1949]), se definiu uma subordinação ao “impuro”, em oposição à suposta pureza da Virgem de Guadalupe. Como conseqüência, a figura sofreu bastante. Somente com a chegada do feminismo no México, há umas décadas, começou uma reavaliação da figura dela. Tanto as Chicanas (Anzaldúa: 1987) quanto as feministas (Glantz, Belausteguigoitia) tentaram reescrever o papel dela. Hoje em dia ela é vista mais  como mediadora, apesar que se tem que levar em conta que foi também vítima de um brutal ato da mestiçagem (Chiappini: 2003).

Finalmente a Pocahontas teve uma vida bem mais triste antes da sua “descoberta” pela Disney. Baseada numa história real de uma filha do chefe local de uma tribo indígena nos Estados Unidos, em Virgínia, ela começou uma história de amor com o inglês John Smith (Kyora/Schwaigmaier: 2005).  Pocahontas se casou com ele e o acompanhou até a Inglaterra, onde finalmente morreu. Ela não somente adotou a cultura inglesa, mas também foi batizada, e mudou o nome para Rebecca (Schwaigmaier: 2002). É revelador que durante vários séculos os estadunidenses não queriam saber dessa história de amor “misturado”, e Pocahontas só entrou nas narrativas através do folclore (Lubin: 1994). Parece que somente com o filme da Disney a história dela se espalhou no país, e depois no mundo quase inteiro.

Quando se quer comparar as três figuras, primeiro destaca-se que todas, ou são invenções, como no caso do Alencar, ou perderam as identidades onomásticas por adotar nomes cristãos opostos. Depois, mostra-se como, no caso do Brasil e do México, as figuras funcionaram como ícones de metizaje ou de mestiçagem e foram estilizados como heroínas ou traidoras da pátria. E no caso da Pocahontas houve uma marginalização, porque não teve espaço no imaginário branco, anglo-saxônico, que foi baseado em mitos europeus de continuidade (Frederickson: 1994). São essas figuras femininas representativas nos respectivos países? E quem representam hoje em dia? A Iracema é um símbolo nacional. Mas de repente, alguém do Ceará vai dizer “não, ela é do Nordeste.” E a Malinche? Ela é mais ícone mexicano ou das chicanas nos EUA? E a Pocahontas, qual é o lugar dela, fora da tela do cinema?

 

Sol de América, uma trans-alegoria?

 

Já o subtítulo provém um duplo sentido, porque o Sol é vinculado aos deuses de vários indígenas da América do Sol (Levi Strauss: 1989). É um ingrediente tropical. E exatamente isso também é a Sol da telenovela América: uma construção estereotipada de uma mocinha brasileira que vai fazer a América. Quando se olhar, ela tem pegadas do melodrama mexicano, chora o tempo todo e, até onomasticamente, lembra a Dona Sol, da telenovela “Sangue e Areia” (1967-1968), baseada no romance do Blasco Ibanez. Essa figura não muito bem construída consegue vislumbrar o status quo da América: em primeiro lugar, ela vive a experiência de uma mulher que contrata um coiote e passa três vezes pelo deserto mexicano até entrar nos EUA, sem documentação. Aí ela abre um corredor audiovisual para os brasileiros, já sendo uma parte central do imaginário mexicano há quase 50 anos. Além disso, Sol faz a América após receber, da tia de uma amiga que emigrou para os Estados Unidos, um globinho de neve de New York, com a Estátua de Liberdade e o Empire State Building, dois símbolos do capitalismo estadunidense. Essa lembrança foi o primeiro impulso.

Na fronteira do México ela conhece a veneração da Virgem da Guadalupe, que até a salva de ser deportada quando os policiais na fronteira a tomam por uma mexicana, ao encontrar com ela a imagem dessa santa. Nos EUA, Sol aprende que o sonho americano prometido junto com o globinho é como o objeto, de pouco valor. Promete muito, mas cumpre pouco. Entretanto, ela conhece um estadunidense, o Ed, e volta com ele para o Brasil. Desse jeito, ela aparece como a Virgem de Guadalupe na fronteira do México, por similaridades icônicas com a imagem e a sua justaposição a uma dúzia de ícones dela (America: 7), colocados num altar ao seu redor. Nos Estados Unidos Sol parece com a Pocahontas, na constelação da mulher latino americana com o norte-americano. E uma vez de volta à terra natal, ela lembra Iracema, por ter o marido estrangeiro.

O estereótipo mal construído da Sol vira uma projeção dos sonhos (brasileiro) americanos, possíveis e impossíveis. Mostra o desencanto com a cultura e a vida vazia nos Estados Unidos, visualiza que os brasileiros também têm uma diáspora no norte do continente, e até promete uma ilusão pacífica luso brasileira nos Estados Unidos, através de uma pensão de migrantes em Miami. Assim sendo, lembra que “americanos” são todos, não somente os estadunidenses, mas também os brasileiros e os mexicanos.

 

Conclusão

 

Quero remeter novamente ao começo desse trabalho. Lembremos o que a pergunta sobre os Hispano e Luso Americanos tem em comum e quem rouba a cena a quem. Tanto a Pocahontas da Disney quanto a Sol da TV Globo são flat characters que não oferecem muita possibilidade de identificação. Cada um é, porém, responsável pelo próprio sonho, pelas próprias fantasias. Mesmo com uma inspiração limitada. Mas fora da estética também se tem as informações culturais e as pegadas do “real.” E aí, a personagem contribui a vislumbrar algo que lembra as pontes de amor, de amizade entre o luso e o hispânico, questionado no começo desse artigo. Na telenovela América se mostra isso, pelo menos de forma fragmentária. Não através das construções do personagem, mas através da espacialização e das constelações, se vê a brasileira migrante que faz amizade com mexicanas, que mora numa república com hispano-americanas e que aprende a rezar com a Virgem de Guadalupe. Será que isso é a nova alegoria da América toda?  Amizade luso hispânoamericana nos Estados Unidos? Não sei, acho que não exclusivamente, mas mostra que a nação brasileira vai além da ponte de amor da Sarandí (Chiappini&Martins: 2006). Mostra de forma inédita, que tanto as pessoas quanto as imagens estabelecem novas redes, novas conexões. E é preciso reformular a pergunta  pelo lugar da América. E claro, também pelo seu local de produção. Não esquecermos: é uma telenovela brasileira e a protagonista volta a “fazer a América” no Brasil. Ou seja, na América.[3]

 

Bibliografia

América (2005), telenovela, TV Globo.

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[1] Doutorando da Freie Universität Berlin (doutorando).

[2] Como Martí quando viajou para os EUA ou Henríquez Ureña (1945, 1947) quando deu aulas na universidade nos EUA.

[3] P.D. Algumas das idéias apresentadas aqui vêm da minha palestra do JALLA 2010 em Niterói. Queria aproveitar para agradecer à Prof. Chiappini o convite para participar do grupo de pesquisadores sobre “encontros e desencontros na América Latina.” E também gostaria de acrescentar que o raciocínio maior desse trabalhinho vem da minha tese de doutorado, intitulada “Making America: The Social Imaginary of the Brazilian Telenovela”, que trata das fricções das representações de “América” através das telenovelas, sobretudo, brasileiras.