Getúlio, Flores e Osvaldo Aranha no divã do Psicanalista | | Imprimir | |
Elmar Bones *
João Gomes Mariante, psicanalista há mais de 60 anos, é um fiel seguidor de Sigmund Freud. Aos 92 anos de idade, permanece em intensa atividade intelectual. Especialista em profilaxia do suicídio, que considera um autocrime , é autor de mais de 40 artigos científicos e 200 conferências no Brasil e no exterior. Era um garoto em 1930, quando Getúlio Vargas chegou à Presidência pela primeira vez. Serviu o Exército ao lado de Euclides Aranha Neto, filho de Oswaldo Aranha, ministro de Vargas. Tornaram-se amigos. Trabalhou como jornalista na imprensa carioca. Em 1946, formou-se pela Faculdade Fluminense de Medicina, para então escolher a Psicanálise. Tinha 36 anos quando Getúlio suicidou-se, em agosto de 1954. Debruçou-se sobre o comportamento de Vargas com olhar profissional, procurando entender-lhe os processos mentais. Identificou também em Oswaldo Aranha e em Flores da Cunha, outros dois líderes políticos da época, cada um a seu estilo, um certo destemor exacerbado, uma disposição a correr riscos desnecessários, um constante desafiar a morte. Ao transformar o estudo psicanalítico destes personagens no livro Três no Divã, Mariante lança uma abordagem inédita na bibliografia nacional, uma obra literária e filosófica. Nela, vai além da personalidade dos biografados, ao observar o psiquismo e as motivações de líderes políticos desde a antiguidade até os dias atuais. O propósito fundamental de Três no Divã é de, através da psicologia profunda, que a psicanálise condensa, interpretar os segredos do inconsciente de cada um, diz o autor.
João Gomes Mariante é membro efetivo da Associação Internacional de Psicanálise, da Associação Brasileira de Psicanálise, da Associação de Psicologia e Psicoterapia de Grupos em Buenos Aires, e membro honorário da Academia Sul-Riograndense de Medicina e do Rotary Internacional.
-------------------- Elmar Bones é jornalista e Editor |