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MEMÓRIAS BOÊMIAS: HISTÓRIAS DO COTIDIANO DE UMA CIDADE DE FRONTEIRA [1] | Imprimir |  E-mail
Fronteiras Culturais

Liane Chipollino Aseff*


"Apenas uma linha imaginária separava duas nações da América do Sul: Brasil e Uruguai. Eram duas províncias de idiomas distintos: português e espanhol." [2]

Filmes americanos e europeus são projetados nas diversas salas de exibição das duas cidades; as pessoas escutam no rádio e na vitrola  sucessos dos gêneros musicais, como o bolero, o tango e o jazz. No Cassino, em estilo europeu, e nos diversos cafés, a fumaça das cigarrilhas preenche os ambientes. Os cabarés fervem com a população miscigenada do lugar. As dançarinas iniciam o número da noite; um perfume de América e Europa impregna o ar da Fronteira. A boemia irrompe então com ares de grande capital, talvez a única daquela região!

As características das cenas acima descritas talvez pareçam fazer parte da noite de um grande centro urbano, porém, são apenas alguns registros da vida noturna nas cidades de Sant`Ana do Livramento e Rivera.

A pesquisa em andamento tem por objetivo discutir, através de uma abordagem histórica, as referências culturais que marcaram o cotidiano dessa comunidade no período de 1930 a 1960.

Estão sendo observadas as trocas de linguagem ocorridas entre essas duas culturas, 2 para a elaboração de um "mapa cultural" 3 das cidades de Sant`Ana do Livramento e Rivera, vizinhas com um corte imaginário na sua linha geográfica, no extremo sul do Brasil.  Sabe-se que o intenso convívio entre as duas comunidades criou hábitos  e uma linguagem particular.

 A motivação para a escolha desse tema foi a vivacidade das relações que acompanham o cotidiano das pessoas nascidas nessa região fronteiriça. A linha divisória que permeia esse relacionamento é muito tênue.

A provável intensidade das relações entre essas duas culturas, pode ter determinado um comportamento social peculiar, próprio daquela região. Essa integração cultural está ligada diretamente ao cotidiano daquela região, constituindo    "um verdadeiro laboratório vivo de cruzamentos culturais" .4

O estudo das relações entre brasileiros e uruguaios numa fronteira marcada pela integração e pelo intercâmbio é pertinente. Em uma época onde blocos econômicos e fusões continentais constituem-se em um fato - essa região, resguardados seus conflitos nacionalistas- adiantou-se na prática da integração comercial e sobretudo social. Ainda que, pelas legislações vigentes em ambos os países, essa prática muitas vezes tenha sido considerada de contrabando ou comércio ilícito.

A origem de  Sant`Ana do Livramento possui registro no início do século XIX, embora, apenas em 1857 vem a ser desmembrada do município de Alegrete, adquirindo o status de vila. A cidade de Rivera constituiu-se na segunda metade daquele mesmo século por decisão do governo uruguaio ainda na questão do limite: marcar a soberania do país. Historicamente, portanto, está ligada as lutas cisplatinas e a condição de fronteira.6 Houve muitos conflitos com os uruguaios no sul do Brasil, este caso refere-se as lutas pelo domínio da região do Prata .

As disputas territoriais sobre as questões de fronteira sempre estiveram presentes nas relações diplomáticas dos dois países pois, em uma investigação preliminar nos jornais dos anos 50, verificou-se a existência de um discurso que insiste na “eterna união das cidades irmãs”. Percebe-se ainda que a imprensa local ajudou na criação desse mito, como mostra o seguinte editorial sobre o Parque Internacional:

O Parque Internacional é o símbolo da confraternidade americana. Ele tem sido o encanto de todos quanto tem visitado nossa terra. O povo das duas cidades nele tem o entrelaçamento[...].E vimos certa vez em um jornal uruguaio que, enquanto outros povos demarcavam suas fronteiras com canhões, nos aqui traçamos as fronteiras com flores.7

Entretanto, sabe-se que a região nem sempre foi pacífica e cordial,8 trata-se de um discurso das elites para a consolidação do poder local, caracterizado por  uma política de coronelismo.

Contudo, para refletir sobre esse processo é necessário investigar as relações sócio- culturais de Sant´Ana do Livramento, com um olhar sobre as relações de poder que existiram com Rivera. Observar sua aparente cordialidade, para traçar uma rota dessa pluralidade.

 Através da memória prodigiosa de Humberto Bisso, barbeiro aposentado e ex-boêmio, de 100 anos , pode-se observar a confluência cultural desse laboratório no qual passam os fronteiriços. É comum ouvir-se no cotidiano a linguagem miscigenada dos santanenses , como nessa fala de Seu Bisso:

Porque tinha o cassino e tinha as pensões, porque traziam as mulheres contratadas, não? entonces, quando abria de noite elas já vinham, e vinham de carro, que era dois mil réis a corrida,  era as volantas  , sabe ? 9

Assim como seu Bisso outros personagens encantam as pessoas de fora da região com seu dialeto diferenciado, palavras que são muitas vezes o resultado da mistura da línguas portuguesa e espanhola:

Dona Chininha, do lar, costuma dizer: Fulano me traz o Paragua que vai chover! (para guarda chuva)

Seu Hermes diz: Sabe, eu gosto muito de munhata dôce.  (para batata) 10

A integração cultural também passa pela alimentação, a dos santanenses é similar

a dos vizinhos uruguaios: regada a massas, carnes, alimentos fritos e o pão, indispensável em todas as refeições. No Uruguai, é comum encontrar-se nos restaurantes o cubierto, petiscos de entrada composto de  pães, manteiga, bolachas e molhos como o chimichurri11.As tradicionais parrilladas12 riverenses são redutos da classe média fronteiriça e de turistas, que vem de outros lugares do estado para comprar na fronteira.

 Assim, nas residências dos riverenses e santanenses consome-se alimentos semelhantes, denunciando a circularidade cultural do local.

A fronteira sempre comercializou produtos importados que Rivera oferecia.  Seja nos anos vinte e trinta, quando seu comércio caracterizou-se por lojas sofisticadas, que ofereciam produtos estrangeiros diferenciados, ou nos anos 90, com a explosão dos Free Shop. Estes, nascidos do livre comércio de mercadorias importadas, conforme a determinação do governo uruguaio. A região, nesses dois momentos de sua história viu  sua economia revigorada, com a chegada de turistas, fiéis ao consumo desses produtos.

A confluência cultural, preenche também o lazer fronteiriço. Entre os anos 20 e 30, eram populares na região as serenatas, realizadas em locais públicos, nos clubes da cidades e nas residências rurais. Na época, uma alternativa social para os integrantes dessa comunidade da região da campanha. Assim, as serenatas afloravam nas residências familiares, repartições públicas, cafés, bares, e, claro, nas ruas da fronteira. Seu Bisso é o último  integrante de uma "orquestra"  miscigenada de brasileiros e uruguaios. Composta de dez jovens, intrépidos boêmios, que rompiam a noite tocando um variado repertório de valsas, tangos e boleros nos "velhos e bons tempos", como relembra Seu Bisso:

Nós saía de noite para Rivera né, é, porque no ano vinte e quatro, terminou a de vinte e três e arrebentou a de vinte e quatro (revolução), não deixavam andar de noite por  aí, entonces nós ia para Rivera, e o chefe de polícia era um coronel por nome de Ventura Pires, naquelas épocas e ele se agradava das serenatas, nós dava serenata todas as noite pra ele. E ele nos deu carta branca para a rapaziada, que a polícia sempre andava em ordem né...nós, entonces todos os dias dias levava uma para ele, (risos) uma serenata, a turma de rapaz que te falei. Ary Gonçalves, se chamava o rapaz, bem moço, foi o primeiro que morreu, por aí já impeçou a se desfazer o pessoal da serenata, eu tenho aqui uma lista (...)eu tenho aqui o nome deles...Ary Gonçalves, era o tocador de violão e cantava, depois Francisco Franco, uruguaio, que era barbeiro, são uma turma grande, são dez rapazes...tinha muitos barbeiros nessa turma, o Eduardo Carvalho, barbeiro também, uruguaio, o Silvio Prates, tocava clarinete e era guarda livros de uma firma aqui, a Bento Maciel, Marciano Silva, que era músico profissional, tocava o bandonion, Alfredo Silva, tocava o violão, Pedro Velasques ? ah! Era Marcelino Velasques, uruguaio, era talabarteiro, tocava flauta, o Pedro Veisbach ,que era uruguaio, tinha um comércio, em Santana, tinha um armazém, Humberto Bisso , tá aqui ele! (risos). Genésio Martins, esse era funcionário do corrêio, e o Eduardo Carvalho, era alfaiate, tinha uma boa alfaiataria em Rivera e tocava o pistão, mas tudo era músico, era uma orquestra!   

Os instrumentos ficavam na barbearia, de noite quando chegava a hora deles saírem, se eu estava trabalhando eles já tiravam os instrumentos e a primeira casa que nós ia, de saída  já era uma casa de comércio de um cidadão Tubino, entonce, em cada casa desses comerciantes que nós chegava nós davam duas garrafas de vinho português "Adriano Ramos Pinto"( do Porto), e vinha naquele envase que é uma beleza de vinho(...) mas vinha de Portugual, vinha para cá, ai em Rivera, até agora!  Eu tomo vinho daí, os netos compram para mim, e eu tomo!

 (...) Nos fazia eu vou te contar, as nossas jantas, as nossas festas, nós ia daqui para campanha, numa chacrinha que hoje já fica dentro da cidade, e naquele tempo era chacrinha, eram alemão também, descendentes de alemães, os pais eram alemão, e as moças, tinha umas moças, e os irmãos eram construtor, e tinha caminhão, quando havia baile em campanha era uma alegria, e elas mandavam nos avisar, entonces nós ia , e um dos nossos amigos, João da Silva namorava uma das moças....mas os pais não queriam o namoro, mas ele ganhava bem, sabe? (...)13

Na fronteira, os moradores reagem a idéia de ter seu passado arquivado14. O apogeu econômico e cultural do passado ressurge em meio a crise de identidade que maltrata a região15. Acredito, como Montenegro, que para o estudo dessas comunidades, "foi a memória ameaçada que se colocou como elemento decisivo no confronto entre o presente que busca apagar o passado"16. Através do cotidiano que permeou aquela população percebe-se uma História na qual os atores locais são sujeitos. Se faz necessário dar voz a alguns personagens dessa região que foram esquecidos. Gostaria de construir uma história "dos de baixo," que busque compreender como se explicam as diferentes versões que os diversos agentes sociais envolvidos apresentam para cada caso.17 As fontes analisadas na literatura da fronteira versam sobre uma determinada classe social, a elite. Essa categoria tem seu cotidiano político e social intensamente registrado.

A sociedade local18 pode ter construído ao longo desse período uma possível teatralização do ser e do fazer social fronteiriço,19 através da miscigenação, constituindo um hibridismo cultural, com características específicas daquela fronteira

Pretendo investigar este momento histórico através de um " passeio cultural, 20 pela cidade, onde a juventude dos efervescentes anos 30, e [RPS1]     ,,  mais tarde românticos anos 50 , contribuirão com sua memória, material valioso nesta pesquisa.

Muitas casas culturais fecharam suas portas e o brilho que caracterizou a região no passado apagou-se.21 A fronteira sofre então com a estagnação desse intercâmbio, deslocando-se do eixo cultural do país e do Prata.

 Entretanto, conforme Thompson , para refletir  sobre processo semelhante, faz-se necessário observar "que para uma comunidade ameaçada, a memória deve antes de mais nada, servir para acentuar um sentimento de identidade comum", sentimentos muito próximos, que essa comunidade fronteiriça vivenciou em seu cotidiano.22

A investigação pretende ainda, num segundo momento, elaborar um documentário em vídeo destacando personagens do período, que foram significativos para aquela geração. Um dos objetivos será constituir, através dos relatos da memória oral, uma releitura do lazer na fronteira naquele período. A pesquisa pretende ainda, verificar os arquivos pessoais, como fotografias, cartões postais e periódicos que registrem esse momento histórico. A tarefa das entrevistas feitas através da História oral, continua em pleno andamento.

 

Liane Chipollino Aseff
é graduada em História pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), atualmente é mestranda na área de História Social, desenvolvendo na mesma instituição esta pesquisa na linha do Cotidiano e Imaginário Social, sob a orientação do Prof. Dr. Valmir Francisco Muraro.

 


Notas

[1] "Memórias Boêmias: Histórias do cotidiano de uma cidade de fronteira" faz parte de  pesquisa que vem sendo desenvolvida e tem por objetivo historicizar, as representações de cultura e lazer em Sant´Ana do Livramento e Rivera dos anos 30 aos anos 60. Através de relatos dos protagonistas do lazer fronteiriço desse período e de uma investigação no material disponível nas várias fontes existentes na região, descortina-se uma fronteira peculiar, efervescente em seu mosaico multicultural.

[2] COITINHO, A. É a luta Doutor! Porto Alegre, Renascença, 2001.

 Escritor santanense, cronista do jornal local "A Platéia", relata em seus livros, numa linguagem coloquial, o cotidiano da fronteira.

2 Sobre o linguajar específico daquela região encontram-se palavras de uso comum entre as duas cidades como bico, para designar lâmpada elétrica ,viso para combinação, carpim (do espanhol escarpines), significa meia; tricota, pulôver é blusão de lãguisado (do espanhol guiso), é carne moída e  enchufe, tomada elétrica.

3 A investigação pretende mapear os lugares que caracterizaram o lazer fronteiriço, os rituais de convívio entre essa população, como bares, cabarés cafés, cinemas, restaurantes, festividades religiosas e escolares, confeitarias no recorte temporal proposto pela pesquisa..

4 MEIHY, J. C. S. Manual de História Oral. São Paulo, Loyola, 2002.

5 ALBORNOZ, V.P.L. Armour, uma Aposta no Pampa. Santa Maria, Palotti, 2000, p.14.{ link para http://www.celpcyro.org.br/santanaLivramento.php]

6 A situação geopolítica do território sulino brasileiro diferencia muito seu histórico social, econômico e cultural do restante do país. Primeiramente, sua relação com a Metrópole portuguesa é de potencial produtivo, depois como espaço estratégico, limítrofe com as terras espanholas do Prata, conforme observou Maria Helena Martins em seu artigo "Pagos, Passagens, Incertezas...O Drama da Fronteira", in Fronteiras Culturais Brasil, Uruguai, Argentina.(Org.) MARTINS, M.H. São Paulo, CELPCYRO/Ateliê Editorial, 2002, p. 235.[ link para http://www.celpcyro.org.br/Pagos_passagens_incertezas.pdf]

 7 O Parque Internacional é uma imensa praça arborizada, que fica na região central das duas cidades, na linha divisória imaginária da fronteira, e que tem ao centro o obelisco da paz com as bandeiras dos dois países.  "O Parque Internacional", in Folha Popular, Domingo p.01, 22.07.1956. Sobre a idéia de mito, o estudo de Marilena Chauí, "Mito Fundador" revela-se um precioso guia nesta investigação.

8 Um editorial dominical do jornal local Folha Popular, p.1, de 05.0257, relata o caso ocorrido provavelmente no final do séc. XIX, início do séc. XX. Na ocasião da festividade da inauguração dos sinos da Igreja Matriz de Rivera, houve um sério incidente diplomático envolvendo um membro do Exército Brasileiro e das Forças Armadas do Uruguai, com saldo de mortes e uma ameaça de rompimento das relações diplomáticas. Outro caso, foi relatado por Seu Bisso, que acompanhou o ocorrido desde um bar das proximidades: num carnaval dos anos 30, quando um soldado brasileiro entrou na avenida principal da vizinha cidade, onde realizava-se a festa e matou um uruguaio embriagado que estava envolto na bandeira brasileira, caçoando do símbolo nacional. O fato quase causou outro incidente, pois as forças da Brigada Militar santanense, ameaçaram invadir a linha divisória se a Jefatura  de Policia não libertasse o intrépido soldado.

9 BISSO, Humberto. Entrevista concedida a Liane Chipollino Aseff . Sant` Ana do Livramento, 09.07.03.Esse documento estará a disposição no Laboratório de História Oral  Marcos Vinícios de Almeida Saul, do Departamento de História da UFSC.

10 Divercilina Machado, brasileira, 65 anos, Dona de casa .

    Hermes Walter, brasileiro, 85 anos, funcionário público aposentado.

11 Molho para passar no pão e na carne composto por óleo, alho, sal, água morna e adobo (mistura de ervas, orégano, salsinha, coloral, alho, tomilho e pimenta) Esse tipo de molho é de uso comum na culinária das famílias santanenses.

 12 Restaurantes tradicionais que servem o churrasco à moda uruguaia, onde os miúdos de boi e de ovelha são assados em uma grande grelha aos olhos do público.

13 Idem, em 10.07.03.

14 MONTENEGRO, A.T. História Oral e Memória: A cultura popular (Re)visitada. 3ªed. São Paulo, Contexto, 1994.

15 O declínio da atividade agropecuarista e a falta de uma âncora econômica para a região estendeu seus reflexos para a atividade cultural. No período investigado, o monopólio do mecenato era dado aos pecuaristas e grandes comerciantes da fronteira.

16 Idem, p.36

17 HOBSBAWM, E. Sobre História- Ensaios. São Paulo, Cia. das Letras,2000.

 As pessoas comuns, que não pertenciam a elite agropecuarista e comercial, como os trabalhadores urbanos e rurais, as prostitutas, os visitantes anônimos, os outsiders , as lavadeiras, as domésticas, e os vários tipos exóticos que permearam o imaginário local. A percepção do cotidiano dessas pessoas pode ser investigado a partir da própria leitura destes e não somente sob o olhar das classes dominantes. 

18 Que era constituída pela elite agropecuarista da região, pelos trabalhadores urbanos e rurais, trabalhadores não regulamentados, estrangeiros, outsiders, pequenos comerciantes, funcionários públicos, profissionais liberais, estudantes, personagens exóticos, os amigos do bairro,  e de alguns migrantes que vinham do campo ou de outras regiões do país. Essa sociedade era conservadora e possuía algumas características coronelescas.

19 São características próprias daquele, como a linguagem citada anteriormente e alguns hábitos cotidianos tomados "emprestados" da cultura uruguaia.

20 Entende-se por "passeio cultural" o mapeamento que pretende-se fazer das cenas cotidianas de lazer dessas comunidades: os cafés, confeitarias, as barbearias- shopping, os cassinos, os teatros, os cinemas, os clubes associativos de classe e esportivos, associações étnicas, os cabarés, as festividades religiosas e escolares, da elite, e principalmente das pessoas comuns, como anteriormente definidas.

21 Para casas culturais, leia-se os cinemas, os teatros, os cafés, os botequins, os cabarés, enfim  os lugares que reuniam brasileiros e uruguaios em um único ambiente. Procurarei observar a identidade cultural daquela região, pois com a eminente crise do início deste século, parece ter desfigurado-se.

22 THOMPSON, P. A voz do Passado : História Oral. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1992.

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