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NOTA DO TRADUTOR  E-mail
Fronteiras Culturais - Atividades

Os contos de CAMPO FORA foram publicados em 1935, quando Cyro Martins tinha ainda muito vivas suas lembranças campeiras de guri de estância mas começava a escrever, empenhado já em mudar o mundo segundo sua própria e ampla medida interior. Remetem, por isso, sem tristes lamentos e sem pobres nostalgias, à vida rural primitiva na campanha brasileira e uruguaia: as carreiradas, as gauchadas, os casos galponeros, os tesouros, as assombrações. E se assentam firmemente na decadência do gaúcho, num cenário telúrico e humano, com imagens e presenças vivas, típicas do mundo campesino de um lado e outro da fronteira comum ao Brasil e ao Uruguai.

 

Certos vocábulos e ritmos, acontecimentos e usos, certas coisas e situações, animais e gentes - que se encontram nesse livro e aqui recobram vida própria - são sua imutável marca e a marca fundamental de toda uma literatura regionalista e fronteiriça.

 

Cyro Martins utiliza uma linguagem literária rara, fundada na fala rural, mas com toques castiços, muito pouco imitativa ou convencional, com algum arcaísmo e muito volteio local para ganhar veracidade. Seu texto é um testemunho da mescla de línguas na fronteira: da convivência entre luso-falantes e hispano-falantes ao bilingüismo e ao dialeto fronteiriço.

 

Assim, a tradução de CAMPO FORA fez-se com algumas dificuldades naturais, porque esta é uma edição bilíngüe; mas também se fez com satisfação e acatamento, porque o rumo literário ditado por Cyro Martins se impõe com mais relevância do que qualquer preocupação com a gramática ou o vernáculo. Aqui, a tradução se consolida como uma tarefa essencial para o gozo dos valores estéticos e para a cabal compreensão do fenômeno lingüístico-cultural que ocorre na fronteira brasileiro-uruguaia e que se afirma com a presença de vocábulos, acepções, locuções e referências culturais comuns, seja como variedades fronteiriças rio-grandenses faladas no Uruguai, seja como variedades fronteiriças rio-platenses faladas no Rio Grande do Sul; seja como vozes que pertencem ao português ou ao espanhol geral que são mais freqüentemente usadas na variante rio-grandense ou uruguaia, seja porque são de uso exclusivamente rio-grandense ou uruguaio.

 

A leitura, ao mesmo tempo, do texto em espanhol e do texto em português comprovará as peculiaridades léxicas nacionais, com suas influências especiais, seja na língua representativa da fala dos uruguaios, seja na língua representativa da fala dos brasileiros rio-grandenses.

Aldyr Garcia Schlee

 

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