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PROLER/UESB de Vitória da Canquista (Bahia) - 24 Anos! | Imprimir |  E-mail
Além da Letra - Acontecências

ATENÇÃO: NÂO CONSEGUI INSERIR AS FOTOS DESTE ARQUIVO QUE VAI ANEXO: FAVOR FAZER ISSO

O Proler/UESB de Vitória da Conquista é um programa de extensão universitária, composto de professores e pessoas da comunidade. Tem por objetivo desenvolver ações de leitura que contribuam para a qualidade em educação e a formação de leitores. As atividades rotineiras são desenvolvidas mediante conversas sobre leitura, palestras, atendimento e orientação redacional, levantamento e recolha de histórias populares, leituras de narrativas, contos, poemas de autores populares, organização de acervos de literatura. Articula e promove ações para a democratização e acesso aos bens culturais e valoriza o saber local, as experiências dos sujeitos visando despertar o interesse pela leitura na região. Organiza Encontros de Leitura anuais para professores da rede pública de ensino e comunidade em geral, com a presença de renomados estudiosos da leitura e literatura do Brasil. O Proler/UESB propicia espaços para novas práticas de leitura, legitima experiências, estimula a capacidade imaginativa de pensar, ativando a criatividade, e revelando outras autorias. Incorpora diferentes concepções de leitura para discutir ações pedagógicas para a escola, que se deseja mais libertária.

Em 2015, o Comitê Proler/UESB de V. da Conquista cumpre pela vigésima quarta vez com os seus objetivos de oferecer cursos e oficinas para a formação de leitores, de acordo com o Programa Nacional de Incentivo à Leitura, Proler - FBN, instituído em Vitoria da Conquista em 1992, tendo como coordenadora a Profa. Dra. Heleusa Câmara, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB.


                                                                                                                                   Heleusa e professores

DEPOIMENTO DA PROFA. DRA. HELEUSA CÂMARA (UESB)

É preciso saber seria um título bem posto para o registro que segue, informal e genuíno, de Heleusa Câmara (no centro da foto com professores participantes do PROLER 2015). Ela tem mantido atuante o PROLER de Conquista há 24 anos, graças à sua competência, persistência e contagiante disposição. Fato é que o tempo de existência desse projeto também assinala momentos importantes na atuação dos professores participantes desde seu início. Nós, os professores escolhidos para cada evento do PROLER, éramos incansáveis e ávidos pela troca de experiências e ideias, entre nós e com os participantes locais do evento. Tínhamos um pique físico e uma prontidão intelectual invejáveis e a dinâmica do processo de trabalho era tão jovem e vibrante quanto nossas idades.

O depoimento de Heleusa nos chega em forma e tom de comentário pessoal, reiterando seu comprometimento com o PROLER e simpatia pelos colegas que, como eu, têm nesse projeto – ainda ! - uma das principais motivações profissionais (Maria Helena Martins).

 

 

 Para definição da oferta das oficinas a equipe escolhe 6 e convida profissionais que atendam ao interesse dos alunos. As artes ganham disparado: querem teatro, música, dança, canto, esporte e nos, da equipe, temos de conversar com os professores para o encarte da literatura, da leitura, da produção de texto no meio da oficina: geralmente temos de apresentar as sugestões. Alguns poemas com dados biográficos do autor para servirem, pelo menos, de lembrança. Quatro oficinas são sugeridas pelos professores da escola e ministradas por docentes da própria escola.

 

 

A oficina de música é a predileta e geralmente recebe até 80 alunos. Virginia é extraordinária no lidar com meninos e velhos. Lucélia este ano descobriu um garoto que deu um depoimento muito bom para a entrevista na TV local, dizendo que a oficina ajudara a que perdessem o acanhamento de falar o que se pensa, sem medo da crítica e da galhofa. (outras palavras, porque não sabem o que é galhofa) A de Maria Clara que era muito apreciada pelos professores está se esgotando – não sei se é a idade dela ou o quê. Gregório me falou há dois anos, que foi dar uma oficina e o pessoal dormia e só queria tomar o suco Del Vale e o lanche. Clara me disse que Maria Helena Ribeiro voltou arrasada de uma escola, porque não conseguiu ser interessante para os alunos. Os alunos vão para a oficina de Contação de História, por divisão feita na escola e depois vão saindo e se escondem em música e teatro. Fica uma média de 10 alunos, a de Augusto é melhor um pouco, porque ele ensina truques com fitas semelhantes ao bambolê. Clara me pediu professores, porque ela está observando as mudanças e eu disse que cada vez é mais difícil oferecer oficinas para professores quer da rede pública ou da privada. Eles trabalham em várias escolas e não podem faltar, nem são liberados para curso nenhum. Novos tempos. Eles também querem apenas fazer especialização e mestrado. Os cursos de atualização e aperfeiçoamento ficam em segundo plano. (Não estou generalizando, estou desconfiando). A oficina com o jornal de Inhobim, a da revista feita no Encontro, a de Sexualidade e Adolescência foram bem apreciadas.(...)

 

A comunidade do distrito onde acontece o evento ama o Proler, os alunos adoram os dias do Proler e as avaliações deles apontam o que sentem. Este ano criticaram a direção da escola pelo atraso no dia da abertura, pelo fato de darem colher para comerem frango. Achei ótimo. A exposição de fotografias que organizo é um ponto alto do Encontro. O trabalho com memória da gente do povo do povoado, também deixa a comunidade em estado de graça. Eu sou vista pelos professores e alunos como uma velhinha surpreendente, diferente, porque sou risonha e forte, mas uma velha. O povo da Secretaria da Educação de Conquista tem antipatia, ciúme do evento e eu tenho que me apoiar com o prefeito e os professores da escola que se orgulham de abrigar o Encontro.

Você sabe que a ideia de trabalhar diretamente com os alunos começou em São Sebastião no ano que você veio, 2010. Até hoje o povoado fala do Proler. Participei agora de uma banca sobre lembranças do Proler na zona rural e a Marcia escolheu os 3 tres primeiros encontros do Proler na zona rural. Vou mandar alguns recortes para você ver. Fiquei muito feliz com a escolha do objeto de pesquisa.

                                                                                    Vitória da Conquista, agosto de 2015

                                                                                                           Heleusa Câmara