X Jornada CELPCYRO

img banner

Informe CELPCYRO

Cadastre-se e receba nosso INFORME
Nome
E-mail*
Área de Atuação

Redes Sociais

  • Twitter
  • Windows Live
  • Facebook
  • MySpace
  • deli.cio.us
  • Digg
  • Yahoo! Bookmarks



Modesta homenagem em feitio de agradecimento  E-mail
Fronteiras Culturais

 

 

                                                          

                                                                                                                                                                                                                                           Carmen Maria Serralta*



JLBorges

Jorge Francisco Isidoro Luis Borges Acevedo nasceu em Buenos Aires, em um frio 24 de agosto de 1899 e faleceu ao amanhecer, na hora em que "a luz risca o ar" do sábado 14 de junho de 1986, na cidade de Genebra. 

Borges gostava de viajar. Durante sua vida andou muito pelo planeta terra e em várias direções. Desde sempre e cedo percorreu e explorou incessantemente o universo inesgotável das grandes literaturas do mundo.

Nesta data de celebração do seu nascimento, minha homenagem quer lhe chegar à maneira de agradecimento - pelo muito que me deu e continua dando na mera condição de leitora. Ele que acreditava que uma forma de felicidade é a leitura.

Também lhe sou grata por ter deixado escrito, em alguns contos magistrais, vestígios de uma fronteira, a nossa, a fronteira comum do Brasil e do Uruguai. Essas criações, que de alguma forma a evocam, levam a marca do gênio.

Embora o espaço fronteiriço não ocupe o centro das narrativas, e isso pouco importa, ele ali está e há de persistir enquanto existirem leitores de Borges. O que é bom e óbvio, porque em termos humanos nada se parece tanto à ideia de vida para sempre do que a     salvação advinda pelos caminhos da arte. Valho-me, em boa hora, de um texto de 1980 de um amigo e escritor: Flávio Moreira da Costa, para fazer justiça às comemorações do argentino, Jorge Luis Borges - artista das letras de qualquer tempo e lugar.

 

Um Planeta Solitário Chamado Borges

Ele vê a vida através de suas páginas e usa um binóculo para enxergar o tempo. Depois, costuma pesá-lo numa balança, com um olho no padre Brown e outro na velha ampulheta. Aprendeu a tocar música clássica ao piano, usando como partitura um poema de Coleridge ou um livro de Schopenhauer. Muitas vezes joga xadrez com a Morte. Mora dentro de uma biblioteca, a de Babel, em Buenos Aires, bairro de Nova Inglaterra, mas é na realidade um planeta solitário. (Claro, John Donne, nem um homem é uma ilha.) Cego com luz própria, compositor de milongas, iceberg de uma saga islandesa, o mesmo e o outro, ele é um astro distraído.

               

 24 de agosto/2015

 

* Carmen Maria Serralta  é tradutora, escritora, autora de A fronteira onde Borges encontra o Brasil - vestígios de uma travessia. (ed. Movimento), um lilvro que resulta de pesquisa minuciosa, com escrita em tom de romance.