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Depoimento sobre o filme BOA VENTURA E-mail
CELPCYRO - Eventos realizados

Patsy  cecato  Patsy Cecato*


            Participar como atriz do filme BOA VENTURA, me possibilitou encontrar um novo olhar sobre a obra de Cyro Martins. A partir do roteiro do filme e das discussões sobre as personagens nos ensaios pré gravações, descobri o objetivo atrás daqueles personagens: contar as histórias dos gaúchos que se encontram privados da terra, de onde pudessem tirar o sustento de sua família e seu orgulho como homem provedor.

                        Representar uma personagem feminina – mãe de família, esposa, cidadã exemplar – foi uma grande surpresa, já que a maioria das personagens femininas nas histórias dos heróis rio-grandenses, são obscurecidas pelos homens. A maioria dos papéis femininos que são oferecidos às atrizes, são as personagens que se encontram dentro dos bolichos – cafetinas, chinas e prostitutas. As grandes damas das estâncias, estão nas história, na maioria das vezes, como se fizessem parte do mobiliário dos cenários. É claro que existem exceções, mas, num filme gaúcho, os grandes personagens são masculinos, já que os homens escreveram a História.

Neste cenário sócio – político de BOA VENTURA, onde o protagonista é, pode-se dizer, um anti-herói, abre-se espaço para a voz feminina da autoridade, mesmo que este poder seja apenas uma outra dimensão do poder masculino que paira sobre toda a representação. Minha personagem está ali, para garantir que as regras da sociedade sejam cumpridas, e, principalmente, que os papéis, na escala social, sejam respeitados.

                        O cinema de curta-metragem impõe a característica da brevidade, do curto tempo, do texto curto. Para que se dê conta de desenvolver a história pretendida, há de se contar com personagem biográficos, que são aqueles em que se pode ler sua história pregressa e o que lhe reserva o futuro. O curta-metragem, BOA VENTURA tem esta característica em seus personagens. Se por um lado eles são facilmente identificáveis pelo público em seus papéis sociais, por outro lado, há no texto rastros do passado e impressões que podem delinear um futuro para as personagens.

                        Por estas, e por tantas outras qualidades artísticas, acredito que BOA VENTURA passa a fazer parte do acervo cultural e histórico do Rio Grande do Sul e sua missão é contar a histórias daqueles que não tem voz, ampliando, assim, o panorama dos personagens que precisam fazer parte do imaginário da cultura gaúcha.

                                                                          Porto Alegre, 28 de agosto de 2015