X Jornada CELPCYRO

img banner

Informe CELPCYRO

Cadastre-se e receba nosso INFORME
Nome
E-mail*
Área de Atuação

Redes Sociais

  • Twitter
  • Windows Live
  • Facebook
  • MySpace
  • deli.cio.us
  • Digg
  • Yahoo! Bookmarks



O CELPCYRO, COM 15 ANOS DE EXISTÊNCIA , ATINGIU A MAIORIDADE - Walmor Piccinini | Imprimir |  E-mail
Fronteiras Culturais - Artigos

 

 

 

 

Criado e dirigido pelos filhos de Cyro Martins, o Centro de Estudos de Literatura e Psicanálise Cyro Martins - CELPCYRO tem se notabilizado por conseguir reunir em torno de si e dos ideais humanísticos do seu pai e patrono personalidades das artes, literatura, da medicina, da psiquiatria e da psicanálise. Isto se tornou bastante evidente com a presença de nomes expressivos da medicina psiquiatria e psicanálise brasileira que foram reunidos por ocasião da IX Jornada CELPCYRO sobre saúde mental e o II Simpósio Brasileiro sobre Comorbidades Psiquiátricas .

jornada inf

 

 

 

 

http://www.celpcyro.org.br/

 

A administração e publicidade do evento esteve a cargo da GWeventos (eventos@gweventos.com.br) que trabalhou incansavelmente para que não ocorressem falhas. As atividades saíram dentro do horário programado, os panelistas administraram bem seu tempo de fala e a plateia, que esgotou a capacidade do recinto, manteve-se ligada até o último minuto.
A abertura das atividades foi feita pela Professora Maria Helena Martins, que foi a Presidente do CELPCYRO até nos seus primeiros 14 anos e que passou a direção para seu irmão Claudio Meneghelo Martins. Alem da abertura dos trabalhos ela apresentou a nova Coordenadora do Humanismo Médico do CELPCYRO, a Dra. Madeleine Scop. Médica formada pela UFRGS, Psiquiatra com título de Especialista pela ABP.
A primeira mesa, coordenada por Walmor J. Piccinini teve os seguintes palestrantes:

 

  1. 1.O Professor Jorge Alberto Salton, Formado pela UFRGS e atualmente Titular da Faculdade de medicina de Passo Fundo. O tema abordado foi o seguinte: Os sofrimentos e as Gratificações do Médico na Relação com seus pacientes nos dias deO professor Salton que já tem uma experiência médica de 37 anos, falou sobre as dificuldades das relações médico-paciente nos dias atuais. Sobre o tema apresentou algumas amostras de filmes por ele produzido com seus alunos. Mostrou de forma bem divertida como cultivar uma boa relação com o paciente nestes tempos de consultas rápidas. Um dos exemplos foi o seguinte. Consulta de três minutos. O paciente entra na sala carregando uma melancia. O médico pergunta sobre o que estava sentindo e ele fala em sintomas de pânico. O médico receita um antidepressivo e pede que telefonte mandando notícias. Quando o paciente vai saindo o doutor não resiste e pergunta: - porque esta melancia? Ao que o paciente responde; - pois é doutor, como sei que as consultas são rápidas, resolvi trazer a melancia para o senhor não me esquecer, quando eu telefonar vou dizer  – eu sou aquele da melancia.
  2. 2.O segundo palestrante foi o Professor Carlos Henrique Barrios que falou sobre A qualidade de vida em Pacientes com Câncer.

Seu primeiro slide foi sobre os avanços no tratamento do câncer:

  • Mortalidade diminuiu 15% desde 1990
  • 2/3 dos pacientes sobrevivem pelo menos cinco anos

      Sobrevida em cinco anos era 50% 40 anos atrás

  • Melhoras importantes no manejo do tratamento

      Tratamento ambulatorial

      Anti-neoplásicos  VO

      Melhorias no suporte e menos efeitos colaterais

O Dr. Barrios chama a atenção que o Câncer continua matando mais que muitas doenças e que deve ser fonte de preocupação de todos.

  • Além das preocupações com a doença em si, discorreu sobre Qualidade de vida do indivíduo que esta consiste em Saúde Física; Psicológica; Nível de independência; Relações sociais; Meio ambiente; Espiritualidade, crenças religiosas.
  1. 3.O terceiro palestrante foi o Professor Ellis Alindo D Arrigo Busnello que acaba de completar 80 anos, no ano passado foi agraciado com o Prêmioe no dia 5 de julho será homenageado por seus alunos, amigos, colegas e familiares.

Busnello falou sobre Perspectivas do Humanismo Médico. Livro histórico do Dr. Cyro Martins, pois marcou o início das atividades da Artmed. Atual Grupo A. O Professor Busnello destacou os progressos da medicina e os benefícios para a população. Lembrou a luta pelo aleitamento materno, melhores cuidados com as crianças, as vacinas que erradicaram doenças como a varíola e a poliomielite.

A segunda mesa foi coordenada pela Dra. Madeleine Scop.

O 4º. Palestrante da manhã foi o Dr. José Camargo. O tema foi difícil, mas sua fala foi comovedora. O Médico na Condução da Morte. Com 42 anos de profissão, 400 transplantes de pulmão já realizados, o Dr. Camargo teceu algumas considerações que terminaram provocando uma lágrima furtiva nos olhos de muitos participantes. Começou examinando a falta de habilidade de muitos médicos na condução da morte. Acha que os médicos perderam a parceria, a cumplicidade com os pacientes e familiares na condução do fim da vida. Uma das questões foi de como interromper uma terapia fútil com elevado custo econômico, familiar e social. Como resistir a pressão de familiares de levar um paciente moribundo para a UTI. Alega que UTI não é lugar para morrer, mas sim um lugar para salvar vidas. Citou um sonho de Gabriel Garcia Marques em que a conclusão é que morrer é nunca mais estar com os amigos.

Concluiu que o médico, além de técnico tem que ser artista, isto é, saber quando a qualidade do artista é mais necessária que o conhecimento técnico. Segundo suas palavras, é pelo que o artista faz que me encanta  ser médico.

4). O quarto palestrante foi a Dra. Betina Marriante Cardoso com o instigante título: Borges e o estetoscópio – As humanidades na prática médica. Este trabalho já havia sido apresentado no Congresso da WPA. Seu trabalho descreve os esforços que faz para utilizar no aprendizado de medicina, obras literárias. Apresentou vários contos de Borges que facilitavam aos estudantes o aprendizado sobre  o exame do estado

 mental.

-          Subdisciplina dos Estudos Literários/ Parte das Humanidades Médicas

-          Estimular o componente humanístico no Ensino Médico

-          Médico, Paciente, Comunicação Médico-Paciente, Empatia, Ética, Perspectiva de Vida.

As Narrativas e as Linguagens do Sofrimento.

  • Proposta de trabalho:

    - Preparar uma aula de psicopatologia para alunos da graduação médica, apresentando trechos da obra ficcional de Borges alusivos às funções do Exame do Estado Mental (EEM).

     - Questão em cada exemplo: “Em que função do Exame do Estado  Mental este trecho faz você pensar? Por quê?”

    - Por quê?

    -Estabelecer correlações entre exemplos literários e alteração das funções do EEM permite aos alunos o desenvolvimento de capacidades metafórica, simbólica e criativa.

    -Ferramenta útil no desenvolvimento de habilidades semiológicas para escutar e compreender as narrativas dos pacientes.

     Foco de atenção da Medicina Narrativa- Humanidades Médicas

      EEM: Consciência, atenção, senso percepção, orientação, memória, inteligência, afeto/humor, pensamento, juízo crítico, conduta, linguagem.

Para os interessados em ampliar os conhecimentos sobre o assunto ela sugeriu que ab rissem o site www.narrativemedicine.org

O 5º. Palestrante foi o ex-presidente da AJPRS, o Dr. Fernando Lejderman

O Suicídio na obra de Cyro Martins

Argumentando que o suicídio costuma ser escondido e é um problema importante de saúde publica que Cyro Martins abordou em várias situações: Segundo FL.

Ao observar a recorrência de alguns personagens suicidas na obra de Cyro Martins como João Guedes, em Porteira Fechada; Oswaldo, em Você deve desistir, Oswaldo e Brandino, em O Príncipe da Vila, me ocorreu estudar este tema sob o enfoque da descrição dos personagens em face de suas patologias psiquiátricas e, principalmente, como o autor descreve esta psicopatologia. A descrição de pessoas comuns, com infortúnios e sofrimentos comuns dos seres humanos é a maneira pela qual Cyro Martins aborda a tragédia pessoal destes personagens que terminam sua trajetória de doenças psiquiátricas graves com a morte, através do suicídio.

João Guedes  em “Porteira Fechada” ( Romance )

  1. em “O Príncipe da Vila”  ( Romance )
  2. em “Você deve desistir, Osvaldo” ( Conto )

O hoteleiro em “Inesperadamente, de manhã” (Conto)

Doença mental está presente em 90% dos suicídios.

O 6º. Palestrante e que encerrou as atividades da manhã em alto nível foi à nova Coordenadora de Humanidades a Dra. Madeleine Scop. “Desafios na Formação de Psiquiatras na Era das Comorbidades: Um enfoque Transdisciplinar”.

Depois de citar Kandel e outros pensadores lembra as palavras de Cyro Martins sobre Humanismo Médico:

¢  Quando se sugere aos médicos que, além de profissionais, sejam também humanistas, isto não significa uma solicitação para que se dediquem mais aos assuntos gerais, à temática do permanente no homem, e descurem suas preocupações de ordem técnica, seus conhecimentos de aplicação imediata. O que dessa forma se está insinuando é que, não obstante a estrita atividade profissional se mantenham atentos às vibrações da sua época, que poderá ser, conforme a expressão de Ortega y Gasset, de grandeza ou de rotina. A nossa é de grandeza, porque é decisiva.

(Cyro Martins. In:A criação artística e a psicanálise. Porto Alegre, Sulina, 1970, p. 61-76. )

Psiquiatria na Era das Comorbidades

¢  Além da formação teórica-prática: residência / curso, o psiquiatra contemporâneo deverá integrar: Transdisciplinaridade : outras especialidades da Medicina, outras profissões da saúde. Trabalho em equipe. Formação plural.Cultura.Intersubjetividade

Complexidade. Humanismo...

Com este trabalho foi encerrada a parte do Humanismo Médico.

Na parte da tarde começou a IX Jornada CELPCYRO sobre Saúde Mental

Tema: NEUROCIÊNCIA – da Teoria à Prática

Às 14 horas aconteceu a Abertura Oficial.

A mesa oficial estava constituída por:

Claudio Meneguello Martins, Presidente do CELPCYRO e Diretor de Saúde mental.

Maria Helena Martins, Presidente Honorária do CELPCYRO E Diretora de Cultura, Humanismo e Literatura.

Antônio Geraldo da Silva, Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria.

Eugênio Horácio Grevet, Presidente da Associação de Psiquiatria do RS (APRS).

  1. Antomar Ribeiro da Silva, Diretor do Instituto Fernando Pessoa.

Nelson Asnis. Presidente da Fundação Universitária Mário Martins (FUMM)

Vivian Roxo Borges, Conselheira do Conselho Regional de Psicologia do RS (CRPRS).

Conferência I

Comorbidade Psiquiátrica: fato ou artefato?

¨       O termo ‘comorbidity’  foi introduzido na medicina por Feinstein (1970) para registrar os casos com uma soma de uma entidade clínica adicional no curso clínico de um paciente que começou com uma doença índice.

¨       Nosologia: usa o método cientifico para chegar à classificação de um transtorno psiquiátrico e se preocupa com a validade de suas entidades.

¨       Classificação Estatística que procura obter a mais ampla concordância a despeito das diferenças de orientação teórica dos usuários. Ela precisa ser ateórica, e deve representar um acordo negociado entre seus futures usuários.

¨       Nenhum marcador laboratorial mostrou ser de utilidade para permitir qualquer diagnostico do DSM.

¨       Outra evidência sugerindo que as correntes classificações não possuem validade incluem:

¨       Alta incidência de comorbidade nos atuais diagnósticos.

¨       Falta de especificidade no tratamento para as categorias diagnósticas.

¨       Evidências que diferentes síndromes tem  a mesma base genética

¨       Alta incidência de não de outra maneira classificados (NOS)

¨       O uso continuado do atual paradigma diagnostico pode impedir esforços de pesquisa no futuro

ICD-10, DSM-IV & comorbidade psiquiátrica

¨       Proliferação de categorias diagnósticas

¨       Número reduzido de regras hierárquicas.

¨       Tendência a uma simplificação psicopatológica.

¨       O uso de diagnósticos múltiplos no mesmo paciente, pode  impedir uma abordagem holística e encorajar uma indiscriminada polifarmácia.

Conferência II

Integração da Psiquiatria à Clínica Médica por Antonio Geraldo da Silva (DF).

O palestrante começou destacando o número de horas, investidos na formação médica em relação a outras profissões da área médica.  Um médico necessitaria 10 mil horas enquanto outras especialidades necessitariam a metade deste tempo. Baseado neste fato e mais no tempo investido na especialização justificaria que os psiquiatras fossem mais ouvidos nas formulações do Ministério da Saúde.

Discordou do palestrante anterior e reforçou a ideia da importância do diagnóstico psiquiátrico. Lembrou que, como médico, o psiquiatra deve examinar o paciente, estar atento a doenças físicas concomitantes que denominou Patologia Dual.

Após estas duas excelentes conferências, o público foi brindado com o Painel I, coordenado pelo Dr. Eugênio Horácio Grevet (RS). Neste painel falaram os expoentes na pesquisa e nas publicações psiquiátricas gaúchas em nível internacional. Todos são professores do Departamento de Psiquiatria da UFRGS.

Palestrante: Flavio Kapcinski (RS) – "Novas Tendências no Transtorno Bipolar". O palestrante desenvolveu o conceito de Neuroprogressão. Apresentou seus estudos sobre a mitocôndria. Aspectos da apoptose versus neuroproteção. Neurotrofinas e neurogênese. Apresentou o Ciclo Neurobiológico do Transtorno Bipolar. Cada episódio de transtorno do humor vai tornado mais provável e possível o dano cerebral e leva a um progressivo comprometimento do córtex pré-frontal. Os estudos levam a possibilidade de marcadores Inflamatórios. Sobe a Proteína /C-Reativa. O estresse oxidativo acelera o envelhecimento.


Palestrante: Marcelo Pio de Almeida Fleck (RS) – "Novas perspectivas no tratamento da depressão".

O palestrante começou citando descobertas em que teria ocorrido forte participação do acaso. Cita Pasteur que disse “o acaso só favorece a mente preparada”.

Examinou os resultados do Star D. e porque 33% dos pacientes não melhoram. Examinou os avanços nos estudos genéticos, moleculares e de neuroimagem na depressão.


Palestrante: Paulo Abreu (RS) – "Formulações de medicamentos para superar barreira sangue-cérebro e sangue - liquor no tratamento de transtornos mentais".
Examinou novas possibilidades e as dificuldades em ultrapassar a barreira hematoencefálica.

Painel II

- O QUE NOS RESERVA O CID 11 e DSM-V – ALTERAÇÃO DOS SISTEMAS CLASSIFICATÓRIOS DIAGNÓSTICOS.

Este Painel foi Coordenado pelo Dr. Flávio Roithmann (RS) – da  Fundação Universitária Mario Martins.

Palestrante: Luis Augusto Rohde (RS) – "O futuro do diagnóstico psiquiátrico".

O professor Rohde apresentou suas vivências na construção do DSM-V e as dificuldades enfrentadas.
Palestrante: Ygor Arzeno Ferrão (RS) – "Deveriam os transtornos do espectro obsessivo compulsivo serem classificados separadamente na CID 11 e DSM-V?".

O Professor Ygor discutiu a construção da ideia de espectro na doença obsessivo-compulsiva.

Palestrante: Rodrigo Affonseca Bressan (SP). Discutiu as novas abordagens para o diagnóstico da esquizofrenia.
Palestrante: Rogério Aguiar (RS). Aspectos médico-legais do diagnóstico psiquiátrico. Muito oportuna às colocações do atual presidente do Cremers sobre o uso do diagnóstico psiquiátrico e sua possibilidade de ação contra os interesses do paciente. Colocou aspectos da pressão que o médico pode sofrer para expressar um diagnóstico que pode ser do interesse do paciente tanto na justiça como no trabalho. Isentar de culpa ou obter ganhos.


18h30 - CONFERÊNCIA CYRO MARTINS: "A Era dos Antidepressivos" – João Romildo Bueno (RJ).

O conferencista resolveu examinar o uso de alguns termos que surgiram nas palestras do dia. Colocou na pauta o termo Paradigma, a ideia de espectro, o uso do diagnóstico categorial e dimensional. Apresentou uma evolução histórica de certos conceitos e como eles não recebem o devido tratamento por pesquisadores. Recomendou o estudo dos clássicos e demonstrou com a história se repete com novas palavras para designar a mesma coisa.

19h30 - Encerramento

DIA 30 DE JUNHO DE 2012 (sábado)

8h30 - AVANÇOS NAS FRONTEIRAS PSICOTERÁPICAS

Coordenador: Euclides Gomes (RS) - Centro de Estudos José de Barros Falcão


Palestrante: Paulo Knapp (RS) - "Terapia Cognitivo-Comportamental na Esquizofrenia".

O palestrante Apresentou de maneira didática seus conhecimentos sobre a TCC. Começa afirmando que a Parte do trabalho da TCC é promover o aumento da    adesão à medicação.Ênfase no engajamento do paciente; A estrutura e o tempo das sessões  são maleáveis; A agenda pode ser menos explícita ou ser feita mais tarde; Ritmo das sessões é dado pelo paciente; O feedback é enfatizado – pode ser feito a cada poucos minutos; ser amigável’ é um componente frequente, especialmente no começo do tratamento.

Foram apresentadas várias técnicas de abordagem e conceitos de TCC na esquizofrenia e por fim um resumo simples que foi o que segue: Pense os estados psicóticos como tendo suas raízes nas preocupações normais de seres humanos. Trabalhe sempre colaborativamente com o paciente, explorando e fortalecendo seus vigores psíquicos e solucionando os problemas para aliviar sua perturbação. Suspenda suas próprias crenças, e explore junto com o paciente a forma dele construir seu próprio processo racional.Trabalhe com o paciente uma forma alternativa de extrair sentido da experiência psicótica dele, com consequências que sejam menos perturbadoras.

 

Palestrante: Isac Sprinz (RS) – “Evolução da Psicoterapia Psicanalítica”. O professor Sprinz apresentou um resumo histórico da abordagem psicoterápica psicanalítica e deixou clara suas diferenças com o método analítico clássico.


Palestrante: Luiz Carlos Mabilde (RS) – “Psicoterapia Psicanalítica: visão
contemporânea da técnica”.

De uma forma didática o Professor Mabilde conseguiu transformar um assunto extenso em alguns pontos essenciais: 1. Revisão crítica das intervenções clássicas;2.- Revitalizações das intervenções analíticas dirigidas ao ego (“de apoio”);3.- Intervenções à luz da intersubjetividade como novo paradigma.

Cada um destes pontos foi desenvolvido e terminamos apreciando uma evolução bastante ampla do desenvolvimento da psicanálise de Freud até nossos dias com o Grupo Relacional-intersubjetivo: Baranger, Ogden, Botelha.

Depois de um ligeiro intervalo começou uma nova sessão cujo título foi:

10h30 - INTERVENÇÃO PRECOCE NO CURSO DAS DOENÇAS PSIQUIÁTRICAS

¨  Palestrante: Cláudio Meneghello Martins (RS): Intervenção precoce na psicose. O palestrante começou com algumas definições sobre psicose: Perda de contato com a realidade; Transtorno Mental; Alterações de senso-percepção (alucinações); Alterações do Pensamento (delírios); Alterações Comportamentais; Loucura ou Mito? Estigma a doença mental. Depois de examinar a evolução das crises, a possibilidade Alem de apresentar um caso clínico e da importância da intervenção precoce, apresentou os  Critérios de identificação de ultra alto risco (UAR) para psicose.  Sintomas positivos atenuados (nos últimos 12 meses); Alteração do conteúdo do pensamento; Desconfiança/Paranóia; Grandiosidade; Comunicação desorganizada; Sintomas psicóticos intermitentes;Risco Genético; Declínio funcional recente.  

 

  • Palestrante: Ricardo Nogueira (RS) – "A Formação de uma Rede a Nível Local de Prevenção ao Suicídio". O Dr. Nogueira apresenta seu trabalho no Hospital Mãe de Deus e começa a conversar sobre o suicídio. A apresentação é feita com perguntas e respostas sobre suicídio. Alerta sobre a questão de saúde pública que do suicídio. Destacamos os fatores de risco quanto aos
  • Aspectos Sociais
  • Sexo masculino; Idade entre 15 e 35 anos e acima de 75 anos.
  • Muito pobres ou muito ricos; Moradores de áreas urbanas
  • Desempregados (principalmente perda recente; do emprego).
  • Aposentados; Isolamento social; Solteiros ou separados
  • Migrantes
  • Aspectos psicológicos
  • Perdas recentes; Perdas de parentes na infância; Famílias conturbadas
  • Datas importantes; Reações de aniversário
  • Personalidade impulsiva, agressiva ou de humor instável. 
  • Condição de saúde limitante
  • Doenças orgânicas incapacitantes; Dor crônica; Lesões desfigurantes; Epilepsia.
  • Trauma medular; Tumores malignos; Aids.


Palestrante: Mário Francisco P. Juruena (SP) – "Estresse Precoce, Depressão e Transtorno de Personalidade".

Os objetivos da palestra foram: Comparar o papel dos fatores genéticos e ambientais na etiologia das doenças afetivas recorrentes; Analisar as evidências relativas à correlação entre doenças afetivas e alterações Psiconeuroimunoendocrinas no Estresse; Discutir as teorias que dizem respeito à prevenção ou reversão das consequências do Estresse; Explorar a importância desses novos conceitos para as diretrizes de tratamento.

O Professor Juruena, de forma agradável tratou de um assunto complexo, os traumas da infância e sua repercussão psiconeuroendócrina. Apresentou as pesquisas do grupo que lidera na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.

Palestrante: Rodrigo Grassi-Oliveira (RS) – "Trauma Complexo e Transtorno do Desenvolvimento Traumático".

12h30 às 13h40 – Palestra de Rodrigo Affonseca Bressan sobre: O que devemos esperar dos tratamentos com antipsicóticos além da melhora de sintomas?

 

  • Atitude proativa pode definir o curso da doença.

         Aumento da dose do medicamento

         Associação de outro medicamento

  • Outros:

         Piora da sintomatologia, gerando ou não internação.

         Auto-agressividade,ideação suicida ou homicida, comportamento agressivo ou dano próprio.

Discutindo paulatinamente as etapas do tratamento chegou ao Objetivo; Remissão → Recuperação → Empoderamento. Prevenção Ativa de Recaídas; Dificuldade de adesão → Medicação de Depósito - Refratariedade → Clozapina.

         Uma das conclusões foi: Há necessidades significativas não satisfeitas em esquizofrenia: Prevenção de recaídas; Adesão contínua à medicação.

         Antipsicóticos bem tolerados; Nível de funcionamento bom e sustentável dos pacientes.

14h00 - DESAFIOS NO TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA

Coordenador: Luiz Paulo Paim Santos (RS) - Instituto Fernando Pessoa

Palestrante: Analice de Paula Gigliotti (SP) – "Dependências Químicas e Compulsões".

A Dra. Gigliotti estabelece relações entre as compulsões com as dependências químicas e propõe um tratamento nas mesmas bases para as diversas apresentacões das compulsões. Sempre ativa e entusiasmante, criou um clima positivo na plateia.

Palestrante: Tadeu Lemos (SC) – "Desafio no Tratamento Psicofarmacológico"

O palestrante entre outras citações apresentou esta:

“Uma maior evolução na compreensão e no tratamento do craving deverá emergir de estudos genéticos envolvendo a expressão gênica associada a funções neurobiológicas e suas expressões comportamentais, o que determinará um avanço na farmacogenética do craving e da dependência química.” (Lemos, Gigliotti e Guimarães, 2010)*


Palestrante: Cássio Castelarin (RS) – "Problemas Relacionados ao Tratamento do Usuário de Crack".

O Dr. Castelarin, com larga experiência no tratamento de  usuários do Crack, tanto no Hospital Vila Nova como no Presídio Central, relatou o que está sendo feito para combater este grave problema de saúde pública. Criação da rede de atendimento; Multisetorial                  

 saúde, educação, segurança pública

 

  • §
    Palestrante: Carlos Alberto Iglesias Salgado (RS) – "Dependência Química: Quando a Internação é Indispensável". O palestrante falou sobre Internação Involuntária
    Dilema entre respeito à vida e à liberdade?
    Destaca a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001. Cuja redação parece bastante compatível com a boa prática clínica em Psiquiatria, já a interpretação corrente não.
  • §Art. 2º  -   Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares ou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único deste artigo. Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental: ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades;
  • §ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização involuntária;
  • §Indicações para a internação de dependentes químicos:Esclarecimento diagnóstico de comorbidades; Evitar recaída; Exposição moral; Incapacidade de manter abstinência; Psicose;Risco de morte;Síndrome de privação.

As discussões foram intensas e agradou a todos os participantes.

16h30 - DIPLOMA AO MÉRITO CYRO MARTINS: Reconhecimento da Ciência e Cultura
Homenageado: David Epelbaum Zimerman (RS)
Orador: Luiz Coronel (RS)

O Dr. Luiz Coronel foi muito feliz na apresentação do homenageado. Lembrou aspectos de sua vida com psiquiatra, psicanalista, escritor, promotor da educação continuada. Diante das dificuldades atuais que a psiquiatria tem sofrido na sua atuação, destacou as inúmeras contribuições que tem sido feitas para prestar uma atenção condigna ao portador de patologias que afetam a mente.

O Homenageado agradeceu e procurou defender a atuação do psiquiátrico no campo biológico, psicológico, social e acrescentou uma quarta dimensão, a espiritual.

17h30 - MESA REDONDA: Federadas da ABP e APAL – Psicoterapias para Depressão e Ansiedades

Coordenador: Miguel Abib Adad - Presidente do CE Abuchaim.

A IX Jornada no CELPCYRO foi prestigiada pela presença do Dr. Alfredo Cia que, alem de presidente da Associação Argentina de Psiquiatras, é o presidente da Associação de Psiquiatria da América Latina. Alem de marcada atuação em várias etapas da Jornada o Dr. Alfredo H. Cia nos brindou com a palestra Terapias Cognitivas comportamentais das ansiedades.

  • La primera hipótesis cognitiva específica de Beck y colaboradores:La Depresión tiene que ver con una pérdida.
  • En dos décadas de desarrollo clínico de los Trastornos de Ansiedad: Se ha logrado,
  • Mais adiante apresentou as principais ideias sobre o tratamento cognitivo das depressões.

Suas conclusões finais foram:

Estamos viviendo tiempos excitantes y promisorios. En diversos lugares del mundo, nuevos modelos de pensamiento se están abriendo en el campo de la salud mental y de la psicoterapia, en particular  la CC, que serían inimaginables hace tres décadas. Las jóvenes generaciones van incorporando de manera creciente estos instrumentos, al comprobar su utilidad en el trabajo cotidiano.

Por fim convidou a todos os presentes a comparecerem ao XXVII Congresso da APAL que será realizado em Buenos Aires nos dias 16 a 19 de novembro deste ano de 2012.

Teobaldo Thomas - Psicoterapias breves das Depressões. (Presidente do CE José de Barros Falcão). Segundo o orador, a Psiquiatria deve Reaprender a Conversar.

Sobre a Psicoterapia Breve enumerou alguns fatores: As Psicoterapias Breves da Depressão passam por: a) Proteção do paciente.b) Desenvolvimento da capacidade

psicoterápica autóctone. c) Interrupção da cavilação auto-depreciativa.            d)Mudança de atitude.  e) Possibilidade de inclusão de recursos, necessários para redução de danos.f) Elevação da auto-estima.

O último palestrante foi o Dr. Nelson Asnis que falou sobre - Psicoterapia Psicodinâmica das Depressões. Destacou o uso das ferramentas analíticas no trato do paciente deprimido. Utiliza o arsenal medicamentoso sempre que necessário. Seu enfoque é mais no sentido de entender as queixas do paciente, formar uma ideia sobre sua personalidade e não ficar simplesmente esbatendo os sintomas. O sintoma visto como uma forma de pedir ajuda.

Terminada a última palestra do segundo dia de Jornada, o público se mantinha em grande número e participando dos debates que se seguiram.

Encerrou-se assim, em alto nível, a IX Jornada CELPCYRO sobre Saúde mental e o II Simpósio Brasileiro sobre Comorbidades Psiquiátricas.

                                                          Walmor J. Piccinini

Médico Psiquiatra, Depto. de Informática da Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP

Relator da IX Jornada CELPCYO sobre SAÚDE MENTAL