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Meninas estão mais propensas a ter o primeiro contato com álcool


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Abuso de álcool é mais nocivo à saúde femina, alerta especialista

Meninas estão mais propensas a ter o primeiro contato com álcool, diz pesquisaEstudo da Faculdade de Medicina entrevistou 1.507 estudantes com menos de 18 anos

[20/04/2012] 

Uma pesquisa da Faculdade de Medicina (FM), Câmpus de Botucatu, constatou que o consumo de bebidas alcoólicas pode ser mais precoce entre mulheres do que entre homens. O fato, somado à pouca maturidade das adolescentes, pode favorecer comportamentos de risco, como a prática de sexo sem proteção, alerta o estudo.

A análise observou a prevalência do uso de álcool em adolescentes de escolas da rede pública e particular de Botucatu (a 235 Km de São Paulo). Foram entrevistados 1.507 estudantes de ambos os sexos e menores de 18 anos. Eles informaram aspectos sociodemográficos, consumo de álcool, hábito de beber entre familiares e amigos, além do consumo de outras drogas e comportamentos de violência.

38,8% dos estudantes do ensino fundamental e 73,5% do ensino médio afirmaram já ter consumido álcool na vida. Já o uso da substância nos últimos doze meses foi relatado por 8,5% dos estudantes do ensino fundamental e 40,7% do ensino médio.

Além da precocidade, o levantamento indicou que as estudantes do sexo feminino apresentaram maior propensão para o comportamento de “beber com embriaguez”. O termo é usado para definir um consumo igual ou até maior a 5 doses em uma ocasião para homens e maior ou superior a 4 doses para mulheres. Nesse caso, uma dose equivale a 50 ml de destilado com teor alcoólico de 40%; 350 ml de cerveja (teor alcoólico de 4-5%) e 150 ml de vinho a 12,5% de álcool.

“Os jovens são os que apresentam maiores riscos em relação ao consumo do álcool, com consequências negativas diversas como problemas nos estudos, problemas sociais, práticas de sexo sem proteção, maior risco de suicídio, homicídio e acidentes”, frisa a assistente social Priscila Lopes Pereira, autora do estudo, que é sua dissertação de mestrado na FM. Ela teve a orientação da psiquiatra Florence Kerr-Corrêa, professora da mesma unidade. O trabalho foi realizado com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da prefeitura local e da Diretoria Regional de Ensino de Botucatu.

Influência dos amigos 

O álcool é a droga lícita mais consumida no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda de acordo com a OMS, a substância é a droga de escolha entre crianças e adolescentes – estima-se que o uso dessa droga tenha início (aos) entre 10 (ou) a 12 anos. Estudos anteriores encontrados na literatura científica mostravam que os homens bebem mais que as mulheres em todas as faixas etárias e que jovens consomem mais álcool do que idosos.

“O padrão de consumo, segundo o sexo, vem sendo objeto de discussão em estudos envolvendo a epidemiologia do alcoolismo. Há de se salientar as conquistas femininas nas últimas décadas, entre elas, além da independência financeira, as adolescentes passaram a ter mais liberdade para frequentar locais onde são consumidas bebidas alcoólicas antes restritas aos homens”, explica Priscila.

O estudo realizado pela Unesp apontou a influência de amigos que bebam ou fiquem embriagados uma vez por semana como cruciais para o estímulo do consumo entre os jovens. A pesquisa indicou, ainda, outros fatores que também são facilitadores, embora menos significativos: pertencer a uma classe social mais alta; estudar em escola pública e não ter prática religiosa.

Para a pesquisadora, esse contato precoce com o álcool requer atenção maior não somente por parte da família, mas da sociedade. O comportamento pode provocar situações de violência sexual, início precoce da vida sexual, propensão a contrair doenças sexualmente transmissíveis e gerar uma gravidez indesejada.

“Além disso, as mulheres que bebem regularmente desenvolvem uma série de doenças graves mais rapidamente que os homens, tais como: fígado gorduroso, hipertensão, anemia, desnutrição, hemorragia gastrintestinal e úlcera péptica”, ressalta a autora, que acrescenta: “é necessário estabelecer uma política clara de orientação sobre o uso de álcool para os estudantes, bem como programas de prevenção.”

Flávio Fogueral, da Assessoria de Imprensa da FM / Botucatu