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Humanidades Médicas: limites e perspectivas no Terceiro Milênio  E-mail
Humanismo Médico

Betina Mariante Cardoso*

 

“As perspectivas humanistas da Medicina contemporânea podem ser definidas dizendo-se que, paralelamente ao muito que já se conhece do organismo, vimos sabendo cada vez mais do homem” Cyro Martins, 1970.

 

Revisitando o trecho acima, encontro as Humanidades Médicas hoje, pois é exatamente ao conhecermos cada vez mais o ser humano, através de ferramentas como a Literatura, as Artes Plásticas, a Filosofia, entre outras, que nos tornamos munidos da compreensão do mundo de que participamos como médicos e do qual participam também nossos pacientes.

 

O tema das Humanidades Médicas, Medical Humanities na literatura médica internacional, tem apresentado importantes avanaços e questionamentos quanto à formação profissional do médico, já desde o perído de graduação. Atualmente, o Pubmed, relevante fonte de pesquisa de blibliografia médica, traz 1766 artigos através da busca por “Medical Humanities” [ Humanidades Médicas]. Destes, 539 foram publicados nos últimos cinco anos. Quando a busca é por “medical humanities education” [ educação em Humanidades Médicas], o número de artigos cai para 834, com 198 publicações nos últimos 5 anos. Tal queda nos números parece indicar que a interligação entre Humanidades Médicas e Educação ainda é tênue, apontando para a necessidade de uma profunda abordagem sobre a importância da inserção de disciplinas humanísticas na formação médica.

 

Mas qual a importância desse campo de estudos? Conforme preconizam as pesquisas atuais em Humanidades Médicas, o estudo e vivências nessa área- realizados de modo sistemático e com a adequada orientação - são capazes de sensibilizar o estudante e o profissional para uma escuta mais qualificada do indivíduo. Ainda, a valorização humanística durante a formação do médico tem grande impacto em sua construção como profissional e como indivíduo pertencente a uma coletividade, tornando-se capaz de conhecer “mais do homem” no paciente que nele busca auxílio. Reconhecer este significado é propiciar uma formação mais integral ao médico, oportunizando-lhe as ferramentas das Humanidades para incrementar tal construção, ferramentas estas tão essenciais como as disciplinas regulares presentes no currículo formal dos cursos de Medicina. Tem-se, então, o Humanismo Médico.

A apresentação que farei na Pré-Jornada da VII Jornada Cyro Martins sobre Saúde Mental, “Humanidades Médicas: Limites e Perspectivas no Terceiro Milênio”, tem por objetivo apontar a situação das Humanidades em Medicina, principalmente na formação do médico, neste Terceiro Milênio, enfatizando questionamentos sobre as limitações do campo na formação e rotina médicas na atualidade, e sobre perspectivas futuras para a intersecção das Humanidades e da Medicina. Acima de tudo, as pesquisas e estudos em Humanidades Médicas têm o intuito de buscar a preservação do princípio do Humanismo Médico, neste Século XXI.


Porto Alegre, junho de 2010.

 

 

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* Médica Psiquiatra, Mestre em Psiquiatria, coordenadora de Humanismo Médico no CELPCYRO