Olhares das Artes Plásticas e o Processo Criativo

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Mitos, Medos e Sonhos - Clara Pechansky

A sensibilidade estética em harmonia com a consciência coletiva e o compromisso com valores humanistas da autora emergem da série de imagens criadas e suas relações com textos de Cyro Martins.

Veja a apresentação em PPoint

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Poeticamente: psicanalista e escritor - Lenira Fleck

A criação artística e a psicanálise, livro publicado pelo psicanalista e escritor Cyro Martins em 1970, traduz a essência do processo criativo, dialogando com diferentes linguagens, resgatando a base universal da condição humana: o potencial de criação do sujeito.  Através da releitura de alguns recortes desta obra sobre arte e psicanálise,  abordaremos algumas ressonâncias que indicam a forma como o psicanalista capturava poeticamente o artista, ou o artista ao psicanalista?  Eis o enigma que será o foco das questões que serão desenvolvidas por ocasião do encontro Cyro Martins 100 anos.

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Cyro: o transfigurador do óbvio* - Liana Timm

Imagem criada pela artista para exposição/instalação Cyro, o conciliador de extremos, a inaugurar em 05/ago/08 na Galeria Xico Stockinger da Casa de Cultura Mario Quintana

transfigurar o óbvio

é olhar o dia-a-dia como se novo fosse

tudo está por vir

quem negaria esta verdade?

sabemos lá,

do minuto seguinte?

sabemos sim

com certeza

a possibilidade de surpresas

deixar-se buscar pela vida

é um jeito Cyranesco de gozá-la

um segredo

uma simplicidade

por isto

exitosa é a charla do autor

vai lá,

no escondido (ou esconderijo?) do outro

buscar o leitor

mais que literatura

Cyro busca em cada texto

interação de afetos

transformação possível

de anseios

fantasias

este é o segredo

entender o possível da vida

agir no possível da vida

pois

O sonho é muitas vezes covarde na realização dos desejos

mas o homem, dono de muitos sonhos

visita por vez que outra

velhos fantasmas

abrindo clareiras nos esconderijos do porvir

como dizer tudo isto!!!

como impressionar esse mundo

de interioridades ?

aqui,

é a hora do artista

ele vai

transmuta banalidades

as estranha

em si

para si

como acidentes

perdidos sempre estamos

num manancial de achados

de pacífica

nada tem a metamorfose da vida

infância,

meninice,

conquistas

a bruma dissolve imagens

convoca a lucidez

eu tu ele

aqui

perseveramos a contornar o destino

a conformar o destino

que é nosso

desde as raízes

desde a fenda ideal

primeira porta para o êxito

de milagres

no rabo das horas

surge a escrita

descobrir a alma alheia

é a desculpa

a confissão fica por conta de

estarmos implicados,

implicados,

implicados

este é o mundo em que vivemos

* Esse título, de imediato, remete à biografia visual de Cyro Martins que a artista criou em 1998. E os conhecedores da obra do escritor e psicanalista, de sua visão de mundo, encontrarão nesses versos a reconstrução de caminhos e desvãos da trajetória dele, inquietudes e aspirações humanas que emergem de seus escritos.