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Famílias Disfuncionais e Violência | Imprimir |  E-mail

Luiz Carlos Prado *


A comunicação aborda as características das famílias disfuncionais, em especial de populações de baixa renda, características que favorecem o surgimento de comportamentos violentos intrafamiliares ou dirigidos à sociedade.

A negligência, o descuido e o maltrato psicológico, físico e sexual, são todos fatores determinantes de profundas lesões na auto-estima das crianças e adolescentes, os quais crescem com uma gama enorme de dificuldades emocionais. Além disso, o que ainda é mais grave, muitas vezes são levados a repetirem esses comportamentos inadequados com seus próprios filhos no futuro, num ciclo infindável de perpetuação da violência.

Uma família disfuncional é aquela que padroniza o funcionamento, relaciona-se sempre da mesma maneira, de forma rígida não permitindo possibilidades de alternativa. Sempre que se fala em família disfuncional, estamos falando de doença nas famílias. Assim, temos todo o funcionamento familiar envolvido nesse problema.

O autor coordenou uma pesquisa que avaliou 20 famílias com bebês de uma população de baixa renda, onde se constatou a presença destes fatores em uma terça parte dos casos, evidenciando a grande prevalência desses comportamentos disfuncionais nas famílias e as graves conseqüências no desenvolvimento dos filhos.

Esse trabalho não abrange apenas a violência explícita, mais facilmente identificável e que geralmente choca a tantos quantos a presenciam, mas principalmente a violência silenciosa contida nas atitudes de negligência, descuido e maltrato psicológico que estão presentes nas famílias disfuncionais, em especial naquelas que chamamos multi-problemáticas.

A concepção de filhos sem qualquer planejamento e sem que os pais tenham um mínimo de preparo para cuidá-los acaba determinando um relacionamento pais-filhos freqüentemente disfuncional e carregado destes comportamentos violentos, sempre danosos ao desenvolvimento dos filhos.

Ainda que este comportamento soe doentio, ele tem que ser mantido, mesmo que para isso um membro da família seja eleito para 'ser' ou 'ter' o problema. Os sintomas do 'paciente identificado' constituem a expressão de uma disfunção familiar e o tratamento deve ser feito considerando as inter-relações que se estabelecem no grupo.

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* Luiz Carlos Prado é Médico Psiquiatra, terapeuta familiar e de casais, professor e supervisor do Curso de Formação em Terapia Familiar e de Casais do Instituto da Família de Porto Alegre e atual Presidente da ABRATEF - Associação Brasileira de Terapia Familiar. Coordenou a publicação de "Famílias e Terapeutas - construindo caminhos" (1996 -esgotado) e publicou "O ser terapeuta", (2002); "Amor e violência nos casais e nas famílias", (2004) e "Entre a realidade e os sonhos - o desafio das famílias com bebês", (2006).

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