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Sérgio Paulo Annes | Imprimir |  E-mail

Conheci o Cyro em 1947, quando eu cursava o sexto ano de Medicina e ele nos dava aulas na cadeira de Neurologia então sob a direção do Prof. Ary Borges Fortes. O Cyro tinha sido aluno do Borges Fortes no Rio de Janeiro, e aqui eles se reencontraram, e o prof. Ary o convidou para ser seu assistente na cadeira. Foi a oportunidade de conhecer pessoalmente o Cyro e iniciar esse convívio de quase cinqüenta anos.


Das qualidades que eu mais admirava no Cyro, estão, em primeiro lugar, a simplicidade e a discrição. Era simples e sem afetação como costumavam ser os homens do interior. Sua discrição nunca nos deixou ver uma curiosidade mórbida muitas vezes encontrada por aí. Não nomeava seus pacientes ou se vangloriava de tratar quem quer que fosse.


O Cyro era um professor tranqüilo e amável, e isto nos fazia sentir aceitos e seguros. O convívio com ele era agradável e estimulava o desejo de aprender, pois em momento algum o víamos ameaçador. Era uma "doma racional", ia nos "amansando", sem traumas, para o exercício da atividade de psicanalista que exige de nós, em primeiro lugar, uma grande capacidade de ouvir com tranqüilidade, sem pressa e uma tolerância frente à demora do processo, e às flutuações transferenciais. E por que não dizer, das contratransferências também! A paciência é indispensável para o exercício da atividade. E, na verdade, ela nem sempre nos assiste. Cyro não só transmitia os conhecimentos mas, pelo exemplo, e sem alardes, ia nos mostrando como deveríamos ser: inclusive, pacienciosos. Isto sem precisar dizer é assim que deve ser. Seu exemplo era a melhor aula.


Sérgio Paulo Annes
Médico Psiquiatra
Membro Efetivo da Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre