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PESQUISADORES E RESUMOS DE PROJETOS APRESENTADOS | Imprimir |  E-mail

1. ANITA DE MORAES

Formação: Pós-Graduada em Letras (Literatura Brasileira /USP - Mestrado)

Área de atuação profissional: Pesquisa

Título do Projeto: ÉRICO VIAJANTE: AUTOBIOGRAFIA E FICÇÃO - Relatos de viagem ao exterior/Fronteiras culturais

Resumo

A pesquisa estuda o conjunto de livros de viagens de Erico Verissimo (Gato preto em campo de neve [1941], A volta do gato preto [1946], México [1957] e Israel em abril [1969]) e propõe uma introdução à análise do gênero da literatura de viagem brasileira, reconstituindo a trajetória desse narrador em uma perspectiva crítica que busca estabelecer uma relação entre as rotas do viajante e os rumos do escritor. Essa abordagem permite interpretar os diferentes perfis do mesmo narrador e verifica como o estudo da literatura de viagem pode ser levado a uma revisão a partir de seu importante papel histórico, político e social.

 


 

2. EONÁ MORO
e-mail: eona@aguianet.psi.br

Formação/Titulação: Mestre em Teoria Literária pela Universidade de São Paulo. Título da Tese de Mestrado: “História e lIteratura em “O Continente” de Erico Verissimo.

Área de atuação profissional: Ensino Médio

Áreas de interesse de pesquisa: Literatura e Sociedade

Título do projeto: Fronteiras Culturais e Culturas de Fronteira na Comarca Pampeana: obras exemplares de Sergio Faraco, Aldyr Schlee, Tabajara Ruas, Mario Arregui e Juan José Saer

Resumo

Minha pesquisa visa , por meio de obras exemplares, publicadas entre 1960 e 2000, de Sérgio Faraco, Aldyr Schlee, Tabajara Ruas (no Brasil), Mario Arregui (Uruguai), Juan José Saer (Argentina), a atualizar o tema da literatura e cultura gaúchas em tempos de globalização.[1] Como são produzidas e descontruídas as identidades nacionais e regionais na comarca pampeana? Essa é a pergunta que será investigada através das obras desses autores que vivem num contexto fronteiriço e manifestam as particularidades desse mundo por meio da literatura. O ponto de partida para estudar as identidades culturais de fronteira é a obra exemplar Martín Fierro de José Hernández. Assim, o estudo comparativo das obras dos cinco autores dos três países acima nomeados pretende identificar vestígios de um mundo gauchesco que Hernández expressou e popularizou no século XIX e que, no século XX, apesar da mudança de forma, permanece em sua essência, já que há a preocupação em desvendar os eternos embates do “gaúcho” , não importa se “o de ontem” ou “o de hoje”, na região de Fronteira.

Andamento e perspectivas do trabalho

A pesquisa já começa a ser melhor direcionada, já que elegi como principal autor a ser estudado, do lado brasileiro, Sérgio Faraco. O próximo passo será estabelecer contato direto, via e-mail, com Sérgio Faraco. Além disso, pretendo reler as obras de Mario Arregui e Juan José Saer. Como se trata de um trabalho comparativo observarei tanto as semelhanças, textuais e contextuais quanto as diferenças dos textos desses três autores, para não só evidenciar o que poderíamos conceber mais amplamente como intertextualidade, como também examinar as formas de apropriação de modelos importados ou de transculturação (Ángel Rama).


 

3. GRACIELA M. REYNA QUIJANO
e-mail: quijano@uol.com.br

Formação/área de atuação: Profa. Doutora em Educação - Espanhol (UFRGS)

Título: - O ENSINO-APRENDIZAGEM DE ESPANHOL NO ENSINO FUNDAMENTAL EM ZONA RURAL

- O CONTO NO ASSENTAMENTO FILHOS DE SEPÉ.

Resumo:

O ENSINO-APRENDIZAGEM DE ESPANHOL NO ENSINO FUNDAMENTAL EM ZONA RURAL

Projeto de Extensão: O Projeto prevê propor novas formas de aplicação do conhecimento acadêmico a partir das demandas externas de grupos organizados da sociedade, visando, assim, uma formação diferenciada dos alunos de Letras, permitindo-lhes, na prática, a possibilidade de interagir nas mais diversas situações, especialmente, daquelas que se distanciam de sua própria realidade. O objetivo geral é o de estimular, nas crianças, o gosto pela leitura. Na proposta, torna-se possível o desenvolvimento/reconhecimento e a valorização do senso estético e, conseqüentemente, a descoberta do prazer de ler. O trabalho desenvolve-se através da leitura da literatura infanto-juvenil, enriquecida de recursos como a música e a dramatização, já que consideramos que estas atividades embasam a formação inicial de um bom leitor. As atividades têm se realizado com textos entremeados em Português e Espanhol. A atividade se desenvolve, atualmente, no Colégio Nossa Senhora de Fátima, no Assentamento Filhos de Sepé, em Viamão.

O CONTO NO ASSENTAMENTO FILHOS DE SEPÉ

Projeto de Pesquisa: As atividades de Extensão desenvolvidas durante quatro anos, tanto no próprio Assentamento como no Colégio, oportunizaram-nos uma experiência educacional a partir, principalmente, da prática. Entendemos, por isso, a necessidade de um trabalho de pesquisa que permita a produção de um embasamento científico que contribua para a melhoria da qualidade da formação dos futuros professores de Espanhol no Ensino Fundamental. O Projeto se compõe de uma equipe de pesquisadores formados, especialmente, por alunos de graduação em Letras da UFRGS.

Com apoio da FAPERGS, iniciamos a formação de uma biblioteca especializada em literatura infanto-juvenil em Espanhol, mediante revisão bibliográfica, seleção e aquisição de livros e material didático.

O grupo de Pesquisa realizou uma Oficina durante o II FORUMzinho Social Mundial (JAN/2003) titulada “Venha escutar uma história: Había uma vez...” ; consideramos que esse momento foi especial, porque, na prática, mostramos que é possível superar os modos tradicionais de ensino, adotando uma perspectiva centrada no texto literário, onde a integração do texto com a expressão corporal e com a experimentação de sons proporcionou, as crianças, um aprendizado de L2 (Espanhol) centrado na produção/construção de sentido.

Andamento e perspectivas do trabalho: Durante o ano em curso (2003), os dois Projetos estão em andamento, se desenvolvendo, na perspectiva de uma publicação de um texto “A criança e o conto em espanhol” e a produção de um vídeo que registre as atividades.


 

4. INÊS ALCARAZ MAROCCO
e-mail: imarocco@terra.com.br

Formação/Titulação: Doutora (Artes Cênicas)

Área de atuação profissional: Artes Cênicas – Instituto de Artes - UFRGS

Áreas de interesse de pesquisa: Artes Cênicas, Antropologia Teatral, Etnocenologia

Título: UM SISTEMA DE TREINAMENTO A PARTIR DE TÉCNICAS CORPORAIS DO GAÚCHO PARA DESENVOLVER A PERFORMANCE DO ATOR/DANÇARINO

Resumo do Projeto :

O trabalho é resultado de uma pesquisa que desenvolvo com um grupo de alunos/pesquisadores[2] desde abril de 2001. O grupo criou um sistema de treinamento para o ator/dançarino a partir das técnicas corporais de algumas das atividades da lide campeira do gaúcho da campanha do RGS. Estas técnicas corporais específicas pertencem a uma cultura tradicional e apresentam um desvio do uso normal do corpo, uma alteração dos ritmos, das posições, das utilizações da energia[3] Estas atividades que são manifestações vivas, tradicionais apresentam alguns dos elementos que são também encontrados nos princípios sustentados por Meyerhold, Etienne Decroux, Jacques Lecoq, Grotowski e Eugenio Barba, no concernente a presença física do ator/dançarino. Para alcançar este objetivo,a equipe passou por diferentes fases: Instrumentalização[4] (Mimo da Ação, Análise de Movimentos e Acrobacia) ; Pesquisa de campo numa fazenda[5] e Seleção e Análise do material registrado (Mimo de Ação, decodificação, estilização e codificação de cada atividade). Para verificar a eficácia do sistema de treinamento, composto por nove movimentos, utilizamos o mesmo no processo de criação artística que teve como resultado o espetáculo O Nariz[6] do conto homônimo de N. Gogol.

Andamento e perspectivas do trabalho:

Atualmente, estamos verificando a eficácia do sistema criado com um novo grupo de alunos e paralelamente realizando apresentações do espetáculo O Nariz criação realizada pelo grupo, em diferentes Festivais e Mostras de Teatro no país.


 

5. Karla Maria Müller
e-mail: kmmuller@adufrgs.ufrgs.br

Formação: Dra. em Ciências da Comunicação

Área de atuação profissional: Ensino e Pesquisa no Departamento de Comunicação da Faculdade Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS, membro do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Ciência da Informação na UFRGS

Resumo de Projeto em elaboração:

Está sendo elaborado um projeto envolvendo mídia e fronteira, na busca de verificar como manifestações culturais dos povos que habitam os espaços urbanos de contato entre países latino americanos, como o Brasil e seus “vizinhos”- Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia -, se apresentam nos meios de comunicação produzidos na fronteira e dirigidos à população local.

Andamento e perspectivas do trabalho:

A proposta é desenvolver um projeto de pesquisa através de parcerias com outros grupos de pesquisadores que estudam as manifestações sócio-culturais nos espaços fronteiriços, definindo-se assim como um estudo multidisciplinar.


 

6. LIANE CHIPOLLINO ASEFF
e-mail: lchipollino@hotmail.com

Formação/Titulação: Bacharelado e Licenciatura em História

Área de atuação profissional: História- Mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina

Título do projeto: MEMÓRIAS BOÊMIAS: HISTÓRIAS DO COTIDIANO DE UMA CIDADE DE FRONTEIRA

Resumo do Projeto

Esta pesquisa investiga a trajetória cultural na fronteira entre as cidades de Santana do Livramento e Rivera.O estudo contempla o período do início dos anos 30 ao final dos anos 60, sua “época de ouro”, que segundo investigações preliminares, constitui-se em um período onde essas cidades demonstraram um intercâmbio cultural intenso. A investigação tem como objetivo historicizar a vida cultural da fronteira, através dos lugares que foram palco desse intercâmbio. Pretende-se discutir as referências culturais que marcaram o cotidiano e o imaginário daquela comunidade, elaborar um mapa cultural que mostre o que caracterizou o lazer fronteiriço, os rituais de convívio entre a população. Bares, cafés, cinemas, confeitarias, cabarés, restaurantes, festividades religiosas e escolares, entrarão nesse contexto de investigação. A provável intensidade das relações entre essas culturas vizinhas pode Ter determinado um comportamento social peculiar, próprio da região. Através da memória oral pôde-se observar a confluência cultural desse verdadeiro laboratório cultural pelo qual passam os fronteiriços. Dando voz aos antigos protagonistas dessa história, esquecidos pela historiografia oficial, será possível mostrar a força desse intercâmbio cultural e o apogeu de uma época determinada.

Andamento e perspectivas do trabalho

A pesquisa em andamento analisou periódicos da cidade de Santana do Livramento, dos anos 40 e 50, a lei de criação do município, realizou entrevistas com membros da comunidade de livramento e riverenses. Foram investigadas também algumas fontes ordinárias, como cartas, livros e fotografias do acervo de determinadas famílias . A partir da segunda quinzena de dezembro a investigação será retomana na fronteira. O trabalho vai priorizar a cidade de Rivera, em especial os arquivos escritos e iconográficos, além da memória oral.


 

7. LIGIA CHIAPPINI (MORAES LEITE)
e-mail: laibras@zedat.fu-berlin.de

Formação: Letras, Teoria Literária e Literatura Comparada

Área de atuação profissional: Profa. Titular da Cátedra de Brasilianística do Instituto Latinoamericano da Universidade Livre de Berlim

Título do projeto: fRONTEIRAS CULTURAIS E CULTURA FRONTEIRIÇA NA COMARCA PAMPEANA: OBRAS EXEMPLARES

Resumo:

Trata-se de atualizar o tema da literatura e cultura gaúcha e gaucha em tempo de globalização, através de uma abordagem comparativa entre textos brasileiros, argentinos e uruguaios, considerados exemplares da tensão nacional, regional, transnacional, nos séculos XIX e XX especialmente quando encarados como expressão simbólica da fronteira. A relação entre regiões e nação é interna e externa a esta. A comarca pampeana configura uma unidade cultural supra-nacional, o que, em tempo de globalização e teorização sobre as sociedades ditas pos-nacionais e plurais torna o tema mais interessante e atual. Como são produzidas e desconstruídas as identidades nacionais e regionais na comarca pampeana e qual o papel dos textos literários (no sentido estrito e no sentido amplo) nesse processo; textos, cujos autores, personagens, espaços, linguagem e leitores podem ser vistos como fronteiriços? Essa é a pergunta que será investigada, através de obras e autores brasileiros, uruguaios e argentinos, canônicos ou não, em três linhas de pesquisa, marcadas pelo enfoque interdisciplinar, das quais participam estudiosos de literatura e lingüistas, do Brasil e da Alemanha.[7] As duas primeiras linhas de pesquisa são pensadas cronologicamente, de modo relativamente autônomo e a terceira, concebida como transversal às outras duas: Linha 1- “Formação das literaturas nacionais como criação de fronteiras culturais”; Linha 2- “O gaúcho como figura fronteiriça: morte e ressurreição”; Linha 3- Fronteiras lingüísticas: mesclas e delimitações, do léxico à pragmática”


 

8. RONALDO MACHADO
e-mail: rsmachado@sulmail.com.br

Formação: Mestrado em História (UNICAMP) e Doutorando em Literatura Comparada (UFRGS)

Título do projeto: CYRO MARTINS: MEMÓRIA, REGIONALISMO, PSICANÁLISE

Resumo:

O projeto aborda a obra de Cyro Martins a partir de três eixos: memória, regionalismo e psicanálise. Na convergência desses três eixos, a obra martiniana desenha um espaço de enunciação sobre a condição humana, o qual aproxima as experiências objetiva e subjetiva do autor, a leitura da tradição literária platina e sul-rio-grandense e a plataforma crítica da psicanálise.


 

9. SANDRA JATAHY PESAVENTO
e-mail: sandrajp@terra.com.br

Formação/Titulação: Historiadora, Doutora

Área de atuação profissional: História do Brasil, História Regional, Teoria da História - Profa. Titular do Depto. de História - UFRGS

Áreas de interesse de pesquisa: História Cultural, Cidades, Relações entre História e Literatura

Título do Projeto: HISTÓRIA COMPARADA DE CIDADES EM MUNDOS DE FRONTEIRA

Resumo

O projeto tem por objetivo analisar espaços, atores e práticas sociais em cidades de fronteira, através de um estudo de história comparada. A história comparada pressupõe a definição de escolhas entre elementos ou fenômenos – no caso, o urbano - que, por um lado, apresentem analogias e, por outro, dessemelhanças. No caso em pauta, são escolhidas três cidades – Porto Alegre, Buenos Aires e Caracas, entendidas como formadas em um mundo de fronteira, ou seja, submetidas a condições de mestiçagem e mistura de padrões culturais desde a sua formação histórica. O conceito de fronteira utilizado é, portanto, amplo, situando-se para além da sua dimensão geopolítica para situar-se no âmbito das trocas culturais capazes de produzir uma outra realidade, diferenciada dos seus elementos formadores - indígena, negro, colonizador ou de imigração européia tardia – na constituição de uma nova condição, híbrida, mestiça, diferenciada, fronteiriça. Nesta medida, o estudo de história comparada estabelecerá o contraponto entre as especificidades e as analogias, entre as diferenças e as alteridades, de um lado, e os traços comuns e uma certa identidade cultural que as aproxima, de outro. Para tanto, o viés cultural privilegiará materialidades urbanas – o espaço traçado e construído -, sociabilidades e sensibilidades constituídas no território da cidade.

Andamento e perspectivas do trabalho:

A partir de pesquisa de campo, individualizada, já em andamento, tem-se a previsão de realizar um encontro em Porto Alegre, em maio de 2004, e outro em Buenos Aires, em setembro do mesmo ano.

Título do Projeto 2:

Resumo

O projeto, de caráter internacional e interinstitucional, se destina a trabalhar com uma nova história comparada, enfocando mundos de fronteira, misturados e conectados, inseridos, desde o século XVI, em uma realidade planetária e globalizada. O estudo partirá das margens, ou seja, da situação de fronteira, estas zonas de transição que ultrapassam os marcos da territorialidade e da geopolítica, enfocando, de modo especial, as dimensões da cultura. A realização de uma pesquisa em termos de uma história comparada põe em cena a questão da diferença e,no caso da história, da alteridade do passado, a construir representações de pertencimento, compondo unidades simbólicas de sentido que devem ser analisadas em termos de contraste e analogia.Um dos conceitos fundamentais pra esta análise é a compreensão da fronteira como um basculante, entendida em termos de ambivalência e ambigüidade. Ambivalência na medida em que a condição de fronteira comporta ser isto e aquilo ao mesmo tempo, em uma acumulação de possíveis.Ambigüidade na medida em que ser fronteira é ser um plus e ser um outro, um terceiro que se insinua, uma nova singularidade mais rica em significados. E, neste momento, introduz-se a noção da mestiçagem cultural, para além dos critérios da biologia e recortes de nacionalidade, para criar um universo de sentidos e valores culturais novos, alternativos e verdadeiramente originais.

Andamento e perspectivas do trabalho:

Fase de instalação em 2004


 

10. SUSANA BLEIL DE SOUZA
e-mail: sbleil@orion.ufrgs.br

Formação/Titulação: Doutora em História pela Universidade de Paris X.

Área de atuação profissional: Professora e Pesquisadora em História no Departamento e no Programa de Pós-Graduação da UFRGS.

Áreas de interesse de pesquisa: América Latina; Região Platina; Fronteiras (principalmente a uruguaio-brasileira – temáticas: contrabando, comércio, educação e língua nacional); Identidade Nacional (o pensamento político dos intelectuais, publicistas e homens de letras, construtores da identidade nacional) e Nacionalismos (examinados a partir da Literatura, da Pintura e da História Nacionais).

Título do Projeto: REGIÃO PLATINA E FRONTEIRAS – ESPAÇOS E IDENTIDADES NACIONAIS

Resumo

O enfoque espacial é a grande fronteira brasileira-platina, em especial a do Uruguai com o Rio Grande do Sul. Nesse contexto, o homem da fronteira tem uma mentalidade própria, onde predominam o sentido de interação e de interdependência          É principalmente nos núcleos urbanos fronteiriços, com uma “presença demográfica relativamente importante” e “uma estrutura social complexa”, onde encontramos uma “integração informal” que se sobrepõe às conjunturas políticas de fechamento e de delimitação. Variados são os fatores que alimentam essa convivência: relações de parentesco, como as de casamento, atividades econômicas tanto as do comércio quanto as do contrabando e, por fim uma história comum, onde a heroicidade dos personagens é construída por um imaginário comum e coletivo. A fronteira que queremos tratar é um espaço bipolar: lugar de confronto, mas também de reencontro, de transgressão, de cruzamento e quase sempre de passagem. O homem fronteiriço tem o seu destino ligado ao “pluripertencimento”. Ao mesmo tempo em que há uma percepção da existência real ou imaginária de identidade transfronteiriça, há o pertencimento a um Estado nação. No final do séc. XIX, em uma larga faixa onde a fronteira confundia-se com a campanha, o Estado-nação uruguaio procurava delimitar suas fronteiras geopolíticas, e empenhava-se em demarcar suas fronteiras culturais, utilizando-se de vários recursos: ferrovias, escolas, ensino da língua, reaquisição de terras, fundação de cidades, redivisão departamental. O objetivo desse projeto é examinar como parte das elites intelectuais e políticas uruguaias preocupava-se com a orientalização desse espaço e temia, inclusive, a perda de parte de seu território. O Estado nacional uruguaio encarregava-se de consolidar a consciência nacional mediante trabalhos intelectuais e artísticos.

Andamento e perspectivas do trabalho (cerca de 5 linhas):

Embora cada arte tenha a sua própria linguagem, Juan Manuel Blanes e Eduardo Acevedo Díaz através da pintura e da literatura, expressaram as inquietudes de seu tempo: pintar e narrar uma nação em construção. Blanes, criou símbolos pictóricos da nacionalidade e inventou um passado iconográfico. E. Acevedo Díaz, através de sua narrativa literária, foi o criador do romance histórico uruguaio. Ambos buscaram a gênese do nacionalismo uruguaio, nas lutas de independência contra o Brasil e construíram o arcabouço de um imaginário nacional, o subsídio simbólico para a idéia de nação que a elite pensante se dedicava a construir.


 

11. VERA LUCIA SPACIL RADDATZ
e-mail: verar@unijui.tche.br

Formação/Titulação: Graduação em Letras e Literatura pelas UNIJUI/RS – Mestre em Comunicação Social pela UMESP/SP

Área de atuação profissional: Professora do Curso de Comunicação Social da UNIJUI/IJUI/RS e Coordenadora Pedagógica da Rtve – Radio Televisão Educativa UNIJUI

Áreas de interesse de pesquisa: Cultura Fronteiriça e Rádio

Título do Projeto: O RÁDIO DE FRONTEIRA E O MERCOSUL (Dissertação de Mestrado)

Resumo

A integração é hoje a principal característica que molda as relações regionais, em que se enquadra o Mercosul – Mercado Comum do Sul formado pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com adesão do Chile e da Bolívia. Nesse contexto, a comunicação exerce um papel fundamental como elemento de integração desses espaços, onde germina a política do sem-fronteiras. Esta dissertação apresenta um panorama das rádios de fronteira do Brasil com a Argentina, Paraguai e Uruguai, através da observação e comparação de suas programações, e traça suas similaridades e diferenças, proporcionando uma visão de como o rádio de fronteira se insere enquanto veículo de comunicação nesse processo de integração do Mercosul. A pesquisa mostra que o rádio de fronteira é o próprio Mercosul, pois é o aglutinador das principais questões que envolvem o quotidiano da fronteira.

Andamento e perspectivas do trabalho

Trabalho concluído e apresentado em setembro de 2000. neste ano de 2003, a UMESP lança um livro na Feira de Porto Alegre, onde está sendo publicado um artigo, súmula da dissertação, sob o título “O rádio de fronteira e o Mercosul”.


Notas

[1] Na verdade, meu projeto de pesquisa constitui uma das partes de um projeto mais geral e ambicioso, intitulado Fronteiras Culturais e Cultura Fronteiriça na comarca pampeana: obras exemplares, com a coordenação geral da Profª Drª Ligia Chiappini Moraes Leite. Outros pesquisadores serão responsáveis pelo estudo de dois momentos na literatura gauchesca, anteriores ao meu: o primeiro corresponde ao levantamento e análise das obras que, de 1900 a 1930, dialogam com Martín Fierro, tais como obras de Alcides Maya, Ramiro Barcelos e Simões Lopes Neto (no Brasil), Javier Viana, Acevedo Díaz e Horácio Quiroga (Uruguai) , Ricardo Güiraldes, Roberto Payró, Benito Lynch (Argentina); o segundo, ao levantamento e análise das obras que, de 1930 e 1960, dialogam com Martín Fierro, como Cyro Martins e Erico Verissimo (no Brasil), José Monegal , Enrique Amorim (Uruguai), Jorge Luis Borges, Alcides Greca, Macedonio Fernández (Argentina). Ademais, outros pesquisadores farão o levantamento e análise de canções da música popular gaúcha (de Ataualpa Yupanqui à California da Canção), além de haver uma equipe que averiguará a produção cinematográfica da década de 90 que tematiza o mundo do gaúcho e a vida (e lutas) na fronteira do pampa. A realização efetiva desse projeto, incluindo a minha pesquisa, poderá oferecer um primeiro estudo comparado da gauchesca e da pós-gauchesca nos 3 países do Mercosul, atualizando a problemática pela abordagem teórico-crítica da fronteira como entre-lugar, em que se redefinem identidades ambíguas e se desenham possibilidades de convívio tolerante das diferenças.

[2] O grupo de alunos pesquisadores é composto por cinco estudantes (Andressa Cantergiani de Oliveira,Carla Tosta, Cristina Kessler, Daniel Colin, Elisa Lucas) e um profissional na área de Artes Cênicas (Luiz Antônio Texeira dos Santos).

[3] VOLLI, Ugo, Techniques du corps, in: L'Anatomie de L'Acteur, Cazilhac, France, Bouffonneries, 1985, p.117.

[4] As fases de Instrumentalização , de Seleção e de Análise contemplam técnicas que fazem parte do sistema pedagógico de Jacques Lecoq

[5] A fazenda Soita Cavalo da família de Adélia F. Machado em Caçapava do Sul, que se situa na região da Campanha do Rio Grande do Sul

[6] O espetáculo estreou no dia 4 de junho de 2003 no Programa intitulado Teatro Pesquisa e Extensão que se realiza no Departamento de Arte Dramática do Instituto de Artes numa parceria com a PROPESQ e PROREXT da UFRGS.

[7] Naturalmente, o tema exige que se levem em consideração outras áreas das ciências humanas, tais como a História, a Antropologia, a Sociologia, bem como a Teoria e Crítica da Música, do Cinema, das Artes Plásticas. Para tanto, além da bibliografia específica, contaremos com assessores, já nomeados no final deste projeto e outros que o desenrolar do trabalho nos leve a contactar.