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CYRO MARTINS - 100 Anos - O homem e seus paradoxos  E-mail
Cyro Martins 100 Anos - Eventos

capa biografia Celito


Lançamento: 30 de novembro de 2008

Auditório do Centro Cultural CEE Erico Veríssimo - Porto Alegre


VEJA CLIPPING DO LANÇAMENTO

Maria Helena e Cláudio Martins com os Autores,

Nubia Silveira e Celito De Grandi

 

PREFÁCIO

        

Biografias estão na moda. Depois de termos tido no Brasil, entre 1940 e 1960, uma época áurea do gênero, quando se salientaram os vários trabalhos de Raimundo Magalhães Júnior, de Osvaldo Orico, de Álvaro Lins com seu "Rio Branco", de Luiz Viana Filho com "Ruy Barbosa", de Francisco de Assis Barbosa com "A vida de Lima Barreto" e outros, sobreveio uma longa hibernaçãodos bons biógrafos, até que, mais recentemente, Fernando Morais entrasse emcena com os excelentes retratos de Olga Benário e de Chatô, absolutos sucessosde venda e de fortuna crítica, assim como o bom "Mauá", de Jorge Caldeira. O gênero agora revive, graças seguramente a uma revalorização filosófica dopapel dos indivíduos na cena histórica. Depois de um arrastado período de céticobloqueio, as personalidades cresceram como possíveis vetores do processohistórico e cultural.

Na bibliografia rio-grandense, as biografias têm sido escassas, embora brilhem pela qualidade as análises críticas sobre a obra literária e a açãointelectual de autores como Simões Lopes Neto, Erico Veríssimo ou Alcides Maya. Esses escritores têm sido objetivamente estudados. Mas, deles, apenas Simões Lopes Neto mereceu de Carlos Reverbel uma autêntica biografia com "Um Capitão da Guarda Nacional". Quanto aos demais estudos, ainda que valiosos eeruditos, voltaram-se para a obra literária e não para a personalidade dos autores. Salvo os ignorados, que não me tenham chegado às mãos.

                  

Cyro Martins, nunca estudado com maior profundidade, sai agora favorecido por este trabalho de minuciosa reconstituição de sua vida e de sua produção intelectual no campo da ficção e da ciência.

Meu primeiro contato com a obra de Cyro deve ter sido em 1944, quando ele publicou "Porteira Fechada". A literatura gaúcha vivia um momento de turbulência, desde o ano anterior, com a publicação de "O Resto é Silêncio", por Erico Veríssimo, romance contestado por figuras do clero e do laicato católico. E estava eu, no limiar da juventude, fazendo a minha própria revolução de gosto literário, ao descobrir os encantos do realismo de Jorge Amado, Lins do Rego, Erico Veríssimo ou Ivan Pedro de  Martins, cuja "Fronteira Agreste", na linha de protesto social de "Porteira Fechada", é daquele mesmo ano de 1944.

"Porteira Fechada" e a tragédia de João Guedes me levaram à reflexão sobre as desgraças daquela Campanha que eu só conhecia, superficial, na prosperidade e na paz das grandes estâncias. Foi um impacto forte. E nunca mais afastei da memória o escritor que me mostrara o drama do desemprego nas áreas do latifúndio pastoril, o êxodo do "gaúcho a pé" e ocortejo dos desocupados na periferia das cidades da Campanha. Bem mais tarde, já como promotor de justiça, fui conviver muito de perto, na própria querência de Cyro Martins, com as tristes realidades que ele registrou em sua ficção corajosa e humanista.

Mas os autores desta biografia não deixaram muito espaço ao prefaciador, para acrescentar considerações e comentários. O estudo deles é abrangente, minucioso e até indiscreto em vários aspectos. Não assume o caráter glorificador de muitas biografias. Não beatifica o biografado. Mas o apresenta como figura humana de extrema simpatia, identificado com a sociedade sofredora, com o estudo metódico e com o trabalho honesto.

Psicanálise e literatura foram as duas áreas de ação em que atuou Cyro Martins. E esse livro há de interessar aos cultores de um e de outro campo.    

           

Os autores e organizadores desta biografia de Cyro Martins dispensam qualquer tipo de apresentação, prólogo ou prefácio, dada a sua reconhecida experiência e capacidade como "escritores públicos". Celito De Grandi e Núbia Silveira têm uma longa folha de serviços ao jornalismo gráfico, tanto na reportagem investigativa como na redação final de textos, e Celito vem de uma exitosa estréia no gênero biográfico, pela publicação do estudo sobre Loureiro da Silva. De resto, contaram com a colaboração de uma excelente equipe de pesquisadores e informantes, que permitiram rastrear toda a trajetória do biografado como escritor e psiquiatra, cidadão e pai de família.

Sérgio da Costa Franco

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Clique aqui e leia texto de Maria Helena Martins sobre o livro