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Projeto FRONTEIRAS CULTURAIS (BRASIL - URUGUAI - ARGENTINA)  E-mail
Fronteiras Culturais

Olinda Allessandrini com composições pampianas

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Un alto en el camino - E. Castells Capurro
Pajadores sem Fronteiras - Paulo de Freitas e Jose Curbelo

INTRODUZINDO O PROJETO
Em tempos de globalização, as interfaces de países e regiões podem ser potencializadas; surgem possibilidades de expansão que delimitações geopolíticas não permitiriam. A região que compreende parte do Estado do Rio Grande do Sul, do Uruguai e da Argentina - Campanha ou Pampa - é exemplo de espaço privilegiado que, embora rico para a agropecuária, pouco prospera social, econômica e culturalmente nos meios urbanos.

 

Há um impedimento básico para o desenvolvimento das cidades fronteiriças aí situadas: talvez por estarem na periferia dos respectivos países, elas se tornaram desmerecidas, à parte dos pólos catalisadores e centralizadores culturais. No entanto, os laços brasileiros com os platinos são históricos e, apesar dos inevitáveis percalços, subsistem de forma harmoniosa e amadurecem vínculos, ao ritmo lento do passar do tempo nessas cidades. Isso acontece mais pelo convívio natural do que pela consciência de ser essa uma condição propícia para valorização, criação e incremento de uma produção cultural que revigore esses lugares. Algo tão importante ou mais que demandas oficiais como as do MERCOSUL, diretamente ligadas a interesses político-econômicos.

 

Investir no fortalecimento cultural de uma região enfraquecida pela precariedade de condições de vida pode parecer paradoxal, mas esse investimento se baseia no princípio da auto-estima: (re)conhecendo-se, as comunidades podem aprender a se valorizar e a criar alternativas, de sobrevivência cultural - envolvendo educação, saúde, habitação e demais benesses do bem-estar social -, que podem levar à expansão e conquista de novos espaços, tal processo beneficiando o desenvolvimento geral.

 

O projeto Fronteiras Culturais (Brasil - Uruguai - Argentina) parte dessas considerações para identificação, fomento e difusão cultural, pesquisa e extensão, abrangendo os três países referidos. Propõe-se, simultaneamente, a incentivar práticas culturais locais e investigar suas especificidades e similitudes, promovendo o auto-conhecimento e o intercâmbio. Tal proposta se relaciona com a constatação de aspectos semelhantes da vida das populações das cidades fronteiriças do Rio Grande com cidades uruguaias e argentinas. Muitos deles cultivados através da história compartilhada e de alianças sociais (quando não familiares) , os quais serão abordados a partir da história, geografia, literatura, linguagem, dos costumes em geral. Pretende-se, para tanto, envolver no projeto diferentes faixas sócio-culturais e econômicas das comunidades, sendo o livro Campo fora, de Cyro Martins, em edição bilíngüe português-espanhol, e as leituras que leitores dessas cidades fazem dele o desencadeante do processo de pesquisa e práticas culturais.

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Enlazadores - E. Castells Capurro


Campo fora/Campo afuera
Campo fora é o primeiro livro publicado por Cyro Martins, em 1934, composto por 14 contos. Nesses textos, o jovem escritor recupera, na linguagem e nos relatos, o viço da infância e juventude, a paisagem, as vivências da Campanha e prenuncia as agruras do gaúcho a pé, expressão que cunharia posteriormente, para designar o homem do campo, que perdeu seu cavalo, a terra e se viu marginalizado na periferia da cidade. A escolha desse livro tem portanto significados especiais para a vida, a obra do autor e para a região. Apresenta o cenário referencial de boa parte da ficção e das preocupações sociais de Cyro Martins, expostas também em seus ensaios; principalmente, tem na temática e na linguagem traços compartilhados por habitantes da fronteira ainda hoje.

 

Campo fora/ Campo afuera é a obra catalisadora das práticas e pesquisas a se desenvolverem na Etapa Inicial do projeto. Seguir-se-ão atividades outras, com obras de autores uruguaios e argentinos, a serem escolhidos por participantes de seus respectivos países. Assim, estudos comparativos e leituras contrastivas de fronteira, se efetivam. Potencializam-se averiguações e indicação de outros níveis e direções de pesquisa, buscando valorização local, intercâmbio de práticas culturais e artísticas das comunidades, difusão das realizações para outros centros urbanos. Essa a razão pela qual este projeto tende a se transformar em programa e a se prolongar por outras etapas.

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Churrasqueando - E. Castells Capurro


PROCEDIMENTOS
A etapa inicial, no ano de 2000, se desenvolveu entre discussões acadêmicas e definições temáticas apresentadas e discutdas durante o 1o. ENCONTRO FRONTEIRAS CULTURAIS (BRASIL- URUGUAI - ARGENTINA). Em 2001, se pretende desenvolver as atividades em duas frentes, interligadas: trabalho em campo, com ações culturais (Pesquisa de Campo e Oficinas de Leitura e Criação) em cidades fronteiriças sul-rio-grandenses, uruguaias e argentinas; trabalho de ponta de pesquisadores e artistas dos três países.

 

PESQUISA DE CAMPO
Investigação qualitativa, com caráter pragmático. Norteará o trabalho um roteiro consensual elaborado e discutido pelos orientadores, pesquisadores consultores e coordenação do projeto. Partindo da hipótese de influências recíprocas nas fronteiras dos três países, deverá ser pontuada por tópicos ligados a interações história e literatura, literatura e outras artes, costumes regionais (de cada país), incluindo aspectos lingüísticos, sócio-históricos, geopolíticos. Propõe-se a elaboração de um mapa preliminar do panorama das fronteiras culturais ( Brasil - Uruguai - Argentina)


OFICINAS
Constituídas por membros voluntários das comunidades envolvidas, preconiza-se seu desenvolvimento aos pares, em cidades fronteiriças, possivelmente Santana do Livramento-Rivera, Quaraí-Artigas, Uruguaiana-Paso de Los Libres. Prevê-se que se desenvolvam em torno de práticas culturais locais, iniciando com a leitura e discussão livre de Campo fora/Campo afuera, de onde se destacarão temas a serem desenvolvidos em diferentes linguagens.

Preconiza-se que ambas as frentes estejam voltadas para vivências de fronteira em diferentes áreas, manifestações culturais e artes, favorecendo (re)conhecimento de peculiaridades e desenvolvimento de potencialidades de cada contexto quanto a escolhas temáticas, metodológicas, organizacionais, ritmo de trabalho. Em função dessa dinâmica, se tornam necessários acompanhamento e análise, periódicos, dos procedimentos de coordenação, das atividades práticas e de pesquisa. Daí a importância da exposição e avaliação continuada de realizações, impedimentos, mudanças de percurso, tanto da parte de pesquisadores quanto de membros das comunidades participantes. Sempre prevendo levar esses trabalhos ao público em geral e a outros estudiosos, possibilitando, assim, realimentação mútua, transformando-se o projeto, gradativamente, em estudos sistemáticos e em fazeres autônomos das comunidades e de indivíduos que atingiu.

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La Diligencia - E. Castells Capurro


PATROCÍNIOS, PARCERIAS, APOIOS
Pela amplitude e exigências de recursos humanos, materiais e orçamentários torna-se necessário integrar muitas instâncias e instituições, ainda que partindo do interesse pessoal de profissionais em participar.

 

Já estão envolvidos com o projeto o Governo Federal/Ministério da Cultura (Lei Rouanet); Governo do Estado do Rio Grande do Sul/Secretaria de Estado da Cultura/Instituto Estadual do Livro; Instituições de Ensino Superior do Brasil e do Uruguai; Secretarias Municipais de Cultura e de Educação do Rio Grande do Sul.

Contamos com o apoio efetivo do SESI-RS/FIERGS, a parceria da Secretaria de Estado da Cultura e do Instituto Estadual do Livro; a RBS TV nos propõe cobertura do projeto. Ainda buscamos patrocinadores, parceiros e outros apoios, os quais poderão se beneficiar da Lei de Incentivo à Cultura do MINC e da LIC RS.                                                                   

 

                      Porto Alegre, 1o. semestre de 2000

                        Maria Helena Martins

               Criadora e Coordenadora do projeto   

            Fronteiras Culturais (Brasil -Uruguai - Argentina)                                                                                                                                                                                                                        

 

 

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Palanqueando - E. Castells Capurro

 Material bibliográfico  básico constituído no decorrer do projeto, desdobramentos registrados em vários eventos nacionais e internacionais e em outros livros de seus participantes, bem como outras fontes:  

Fronteiras Culturais (Brasil -Uruguai – Argentina). Vários Autores. Maria Helena Martins(org).São Paulo. Ateliê Editorial. 2002.

- Pampa e Cultura: de Fierro a Netto. Ligia Chiappini, Maria Helena Martins, Sandra Pesavento (Orgs).Porto Alegre, Editora da UFRGS/Instituto EStadual do Livro, 2004. 

- Cone Sul: Fluxos, Representações e Percepções. Ligia Chiappini e Maria Helena Martins. São Paulo, Hucitec, 2006.

 Links Relacionados:

Transgredir Fronteiras, por Donaldo Schüler
Fronteiras Culturais, por José Onofre

- O Drama da Fronteira e Cultura Fronteiriça
- Fronteras Abiertas - Mercosul
- Campo fora/Campo afuera
- Dossiê do 1º Encontro Fronteiras Culturais (Brasil - Uruguai - Argentina)

- Projeto Fronteiras Culturais em Livramento e Rivera - 2001
- Leia sobre Fronteiras Culturais em Livramento e Rivera - 2002

- Revelações Culturais da Fronteira
- Saiba sobre Fronteiras Culturais em Berlim
- Relatório sobre o Simpósio Internacional Fronteiras Culturais no Cone Sul
- FRONTEIRAS CULTURAIS: O ESPAÇO URBANO - Seminário Internacional na USP
- A PORTO ALEGRE DE ERICO
- Cultura Fronteiriça - histórias do Pampa
- Outras Fronteiras - ampliando horizontes
- Projeto PROBRAL - Fronteiras Culturais e Cultura Fronteiriça na Comarca Pampeana: Obras exemplares
- Portal Fronteira da Paz (www.fronteiradapaz.com.br)

- Mercosul cultural e fronteiras

- Ruas dos Dias que Voam